Cidade com forte pendor católico, que vive o período da Páscoa com muito fervor, Braga mantém a tradição da venda dos “rebuçados do Senhor” à porta das igrejas ao longo da Quaresma, apesar de serem cada vez menos as mulheres que lhe dão corpo.
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“Isto não é fácil, porque dá muito trabalho. Demora quatro horas a fazer os rebuçados e pelo menos mais duas a embrulhá-los”, diz ao JN Maria do Céu Pentena, de 70 anos, uma das resistentes que ajudam a manter esta prática que faz parte do imaginário da população bracarense.
Nos dois dias que o JN escolheu para percorrer a cidade, foi aliás a única rebuçadeira que encontrou, primeiro junto à Igreja dos Terceiros e depois à porta da Igreja de São João do Souto. “Infelizmente, estas coisas vão desaparecendo”, lamenta Maria do Céu, que “há mais de 25 anos” percorre os vários locais “onde está o Senhor exposto” durante a Quaresma. “Só não vou se chover. Enquanto Deus me der saúde, quero continuar, para que a tradição não acabe”, assegura.