População de Corroios regista queixas para exigir a construção de novo centro de saúde.
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A população de Corroios, no Seixal, está desde ontem a registar as suas queixas num livro de reclamações criado para exigir a construção do Centro de Saúde Corroios - Vale Milhaços, que funciona há mais de 30 anos num prédio de habitação com três andares.
A iniciativa partiu da Comissão de Utentes da Saúde da Freguesia de Corroios. "Lembrámo-nos de fazer um livro de reclamações para que as pessoas escrevam os problemas que enfrentam na vinda às consultas", adianta a representante Domingas Gonçalves, contabilizando durante o dia de ontem reclamações de 30 pessoas.
"Disseram-nos sempre que era urgente construir o centro de saúde, mas estamos em 2010 e não há nada", reclama, frisando que os vários livros de reclamações, que serão distribuídos por associações de reformados, centros de saúde e Junta de Freguesia de Corroios, estarão disponíveis até Agosto.
Consultas no terceiro andar
"É inadmissível em pleno século XXI haver um centro de saúde nestas condições onde as pessoas doentes quase não se podem movimentar tendo de subir a um terceiro andar para serem consultadas", indica um dos primeiros reclamantes, enquanto outro refere que "é urgente a construção de um novo centro de saúde".
As dificuldades de mobilidade entre uma população maioritariamente idosa são as mais referidas pelos utentes.
"Às vezes tenho de parar duas ou três vezes para chegar lá acima. Não há condições. Havia de haver um serviço capaz", defende Belmira dos Santos, de 81 anos, contando que viveu momentos complicados quando o marido, já falecido, estava numa cadeira de rodas e tinha de ser atendido pelo médico no patamar das escadas.
"Isto já não tem razão de existir, uma vez que era para residência e não para serviços sociais. As instalações são péssimas, até os degraus já estão gastos", refere também Maria Henriqueta Dias, de 69 anos.
Outra das queixas dos utentes prende-se com a falta de médicos e as poucas consultas feitas por dia.
A tabela fixada ontem referia que seriam dadas apenas 23 consultas numa freguesia com 60 mil habitantes.
"Tenho de vir para aqui de manhã cedo para apanhar uma consulta. Isso é o pior de tudo e ainda tenho de subir até lá acima", lamenta José Maria de Almeida, de 83 anos.