Excepção feita aos episódios mortais ocorridos em passagens de nível, na generalidade acidentes resultantes do desrespeito da sinalização por parte dos automobilistas, é muito difícil perceber o que significam os indicadores relacionados com a morte de pessoas na ferrovia. E é por isso que a Refer, empresa que tutela a infra-estrutura, não tem dados estatísticos oficiais sobre outros acidentes mortais, suicídios excluídos.
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No que respeita às passagens de nível, como o JN noticiou em Janeiro deste ano, houve em 2009 17 vítimas mortais. Na maior parte dos casos, segundo a Refer, os automobilistas ou peões não terão feito caso de barreiras baixadas ou sinais sonoros. Mas a análise dos números dos últimos anos mostra que tem havido um decréscimo da mortalidade, tendência que, como nos garantiu fonte da empresa, também se verifica com acidentes mortais noutras circunstâncias.
Contam-se, entre esses, acidentes em plena via, onde a circulação de peões é proibida por lei, embora continue sempre a ocorrer, ou de atravessamento em estação (como foi o caso de ontem), ou, por exemplo, de tentativas de cruzar a linha fora dos locais de atravessamento. Para tratamento estatístico da sinistralidade, os suicídios são excluídos, o que leva a processos demorados de investigação e serve como justificação para a inexistência de números divulgáveis. Admite-se, porém, que tenham aumentado os casos de pessoas que põem termo à vida deste modo.
Sobram, no meio disto, tentativas menos rigorosas de contabilidade, que são, porém, as únicas existentes. A agência Lusa, por exemplo, faz uma cronologia dos acidentes com vítimas mortais que noticiou. Somando tudo, temos 23 mortos em 2009 e no que já leva o corrente ano. Não é muito rigoroso, admita-se, mas é o que existe.