<p>Os pórticos estão lá: na A41, na A28 e, mais recentemente, na A4. Com o fantasma das portagens a cercar o concelho (e a região), o presidente da Câmara da Maia promete reforçar a contestação e vai escrever, de novo, ao Governo. </p>
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A missiva será dirigida ao ministro das Obras Públicas, dos Transportes e das Comunicações, António Mendonça. Será a primeira medida de Bragança Fernandes após a tomada de posse como presidente da Autarquia para um novo mandato, marcada para depois de amanhã, às 10 horas, no Fórum Municipal.
"Mandei diversas cartas ao anterior ministro, mas nunca obtive resposta. Vou enviar uma nova carta, a pedir uma reunião. Vamos lá ver se o novo ministro me atende", disse Bragança Fernandes, que também solicitará a discussão do assunto na Junta Metropolitana do Porto e vai contactar todos os grupos parlamentares da Assembleia da República.
"A A41 é uma via de acesso às zonas urbanas da Maia. Não temos alternativas", sustentou o presidente da Câmara.
"A A41 (IC24) foi construída e a EN107 foi desqualificada, passando a ser uma via municipal. Os munícipes da Maia já estão a pagar uma contribuição especial pela construção da estrada. Agora, querem que ainda paguem portagens?", criticou o autarca.
Bragança Fernandes lembrou, também, que naquela estrada fica o acesso às instalações da Lipor (onde é tratado o lixo da maioria dos municípios da Área Metropolitana ) e que, caso a circulação dos camiões seja portajada, as tarifas dos resíduos a pagar pelos utentes terão de ser aumentadas.
Mais: a A41 também garante acesso ao aeroporto de Francisco Sá Carneiro. "Não faz sentido nenhum colocar portagens no acesso a um aeroporto. É uma coisa que não existe em lado nenhum", continuou o social-democrata, assinalando que a zona industrial do concelho, onde se concentram muitas empresas, será penalizada de forma significativa.
Bragança Fernandes põe em causa as próprias estruturas das portagens, que estão a ser colocadas nas auto-estradas. "São verdadeiros monstros, com um impacto enorme. Andamos nós a gastar tanto dinheiro na requalificação das zonas urbanas e colocam estes pórticos horríveis? Nem sequer fomos ouvidos", recriminou.
"Se nós quisermos construir uma casa, temos de pedir autorização por causa da zona de protecção do aeroporto. Mas, para colocar estes pórticos, mais altos do que um prédio, não é preciso nada. Gostava de saber se foi avaliado o impacto destas estruturas", acrescentou Bragança Fernandes, que até está disponível para assinar petições que contestem a implantação das portagens.