A Câmara de Bragança activou na segunda-feira um plano de contingência com seis camiões cisterna a transportarem água para os depósitos da cidade, numa operação que custa dez mil euros por dia aos cofres do município.
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Ainda durante esta semana, o número de camiões subirá para nove, fazendo "cinco a seis viagens por dia" da albufeira do Azibo, no concelho vizinho de Macedo de Cavaleiros, e será assim "até chover em quantidade suficiente que reponha as reservas no sistema de abastecimento", disse o vice-presidente da autarquia, Rui Caseiro.
O responsável sublinhou que "esta não é nenhuma solução para o problema, mas apenas uma ajuda para minimizar os efeitos negativos que possam ocorrer e para evitar que haja uma ruptura" no abastecimento de água à população.
Segundo Rui Caseiro, a autarquia está a tentar que as reservas aguentem, caso contrário seria "uma situação de catástrofe sem capacidade de resposta mesmo a nível nacional".
"Fizemos uma consulta à Protecção Civil nacional e, no caso mais grave de uma situação de ruptura, fomos informados que os custos rondariam 1,8 milhões de euros por mês. Seriam necessários 70 camiões se a barragem bater no fundo e não existem esses meios a nível nacional para fazer face a essa necessidade", concretizou.
Os auto-tanques de várias corporações de bombeiros voluntários do distrito de Bragança estão a transportar diariamente cerca de mil metros cúbicos de água tratada que é depositada directamente nos reservatórios.
O Outono sem chuva é apontado como o factor responsável para as reservas estarem a esgotar-se, com todas as escorrências secas, tanto as que alimentam as linhas de água que servem de captação alternativa como as da barragem da Serra Serrada.
Aquela que é a única reserva de água para abastecimento à população é utilizada apenas a partir do início do verão e tem capacidade para garantir o abastecimento durante meio ano sem chuva, um prazo que se esgota dentro de um mês.
O município não coloca, para já, a adopção de outro tipo de medidas como o racionamento no abastecimento e conta com a colaboração da população cujos consumos registados são inferiores aos de igual período do ano passado.