<p>A Administração do Porto da Figueira da Foz vai assumir a remoção da traineira naufragada na barra do rio, a partir das 13 horas de hoje, quinta-feira, disse o presidente da Câmara figueirense. </p>
Corpo do artigo
Segundo João Ataíde, a seguradora do armador "numa fase inicial" chegou a assumir os encargos da remoção mas "estranhamente" veio a recuar nessa intenção, condicionando-a a uma vistoria prévia à embarcação afundada.
"Não se mostrou disponível sem que fosse feita uma peritagem", explicou.
Deste modo, e "seguindo uma prerrogativa legal", a Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF) assumiu a remoção "e vai depois articular os custos com a companhia de seguros".
O autarca disse ainda que a decisão foi tomada "face à urgência" da remoção da traineira, naufragada entre os molhes sul e norte do porto e que está a condicionar a navegação de embarcações comerciais e de pesca.
"É uma situação preocupante que pode causar grandes dificuldades ao porto da Figueira da Foz", argumentou.
Ouvido pela Lusa, o comandante do Porto da Figueira da Foz, Malaquias Domingues, confirmou o "cenário" da operação de remoção ser assumida pela APFF.
"Confirmo que estamos a trabalhar nessa situação. O cenário mais plausível é esse, a administração portuária decidiu avançar ela própria face à urgência existente, devido ao agravamento das condições climatéricas", afirmou.
Disse, a esse propósito, que a autoridade marítima, possui já um "aviso de temporal" a partir de sexta feira.
Com mar alteroso não deverão existir condições de segurança, seja para remover a traineira ou para permitir a navegação face à presença da embarcação e das redes submersas, podendo a barra voltar a encerrar, assumiu.
Ainda segundo Malaquias Domingues a operação de remoção será efectuada pela empresa Amora Sub, do Seixal, que tem já meios a caminho da Figueira da Foz onde deverá chegar ao final da manhã "para estar pronta para receber ordens".
A empresa é a mesma constante do plano de remoção original, apresentado pelo armador e que mereceu o acordo da autoridade marítima mas cujos encargos não foram assumidos pela seguradora.
Já o empresário Paulo Mariano, que representa diversas empresas ligadas à actividade portuária, manifestou-se agradado pela solução encontrada.
"Apesar de um pouco tardia, se se concretizar até ao final do dia de hoje ficamos felizes. O que interessa é que a traineira seja retirada, quem assume [a operação] é irrelevante", frisou.
Na quarta feira Paulo Mariano alertou para o "caos" que pendia sobre as actividades económicas do porto da Figueira da Foz, caso a traineira não fosse retirada hoje, face ao agravamento do estado do tempo.
A traineira "Vila de Buarcos" naufragou ao inicio da madrugada de terça feira, quando saía para a faina, por causas ainda por apurar, estando afundada a cerca de seis a sete metros de profundidade, junto ao canal de navegação do porto da Figueira da Foz
A embarcação, propriedade da cooperativa Dádiva do Mar, sediada na freguesia de Buarcos, naufragou com 17 pescadores a bordo, que foram salvos de imediato por outras embarcações.