O comandante dos Bombeiros de Entre-os-Rios considera que são "muito remotas" as possibilidades de encontrar com vida o homem, quarta-feira, desaparecido no acidente do batelão no rio Douro.
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Para Luís Neves, depois de os mergulhadores terem confirmado que a vítima não se encontrava no interior da embarcação, "será muito" difícil que o homem tenha sobrevivido.
"Inicialmente, pensámos que ele podia estar na caixa-de-ar do batelão, mas isso não se confirmou. A partir daí, as hipóteses são quase nulas", lamentou, em declarações à agência Lusa.
O comandante da corporação considera também "muito estranho" o acidente, admitindo que nunca viu nada parecido, apesar de estar à frente da corporação há dez anos.
"Poderá ter sido um pequeno descuido", observou.
As buscas para encontrar a vítima foram suspensas às 18.30 pela Marinha Portuguesa e vão ser retomadas na quinta-feira, a partir das 8.30 horas.
O barco de extracção de areia no rio Douro naufragou em Sebolido, na zona de Entre-os Rios, com quatro pessoas a bordo. Três ocupantes conseguiram salvar-se, nadando para uma das margens.
Durante a tarde, mergulhadores dos Sapadores Bombeiros do Porto e dos Bombeiros Voluntários de Cete, Paredes, procuraram a vítima desaparecida. À superfície, barcos dos bombeiros e da autoridade marítima também participaram nas buscas.
Fragoso Gouveia, comandante na Marinha Portuguesa, confirmou que a vítima desaparecida não se encontrava no interior do barco.
"As bolsas de ar que entretanto se formam foram vistoriadas pelos mergulhadores, assim como o compartimento da operação da grua, que era o sítio normal de trabalho da vítima", assegurou.
À Lusa, o oficial disse ser pouco provável que o corpo possa ter sido arrastado pela corrente até à zona da barragem de Crestuma, cerca de 15 quilómetros a jusante.
Fragoso Gouveia referiu, por outro lado, que a navegação no rio foi suspensa até que seja retirado o batelão do canal navegável.
Pouco depois das 19 horas, quando já não havia luz do dia, a embarcação começou a afundar-se, apesar de meios da empresa proprietária tentarem impedi-lo.
Só quando o sol nascer na quinta-feira será possível determinar se o batelão se afundou completamente.
