<p>No espaço de um ano, foram desmanteladas sete sucatas ilegais por mês. Retiraram-se 6500 carros de áreas protegidas. Dos 145 depósitos irregulares detectados na região Norte, ape-nas seis conseguiram licença.</p>
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Em Carneiro (Amarante), Sebolido (Penafiel) e Celeirós (Braga) foram eliminadas três das maiores sucatas ilegais do país.
O balanço do plano de erradicação de depósitos ilegais de sucata e veículos em fim de vida, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), será apresentado, hoje à tarde, na Exponor (Matosinhos).
A campanha está no terreno desde Junho do ano passado. Das 145 sucatas ilegais identificadas, 82 já foram desmanteladas e estão em curso os trabalhos de remoção de mais 11. De acordo com dados da CCDRN, apenas seis sucatas conseguiram licenciamento para se transformar em "operador de gestão de resíduos". Outras três têm o processo de regularização em fase de instrução.
"Relativamente aos restantes 43 depósitos de sucata e veículos em fim de vida, a CCDRN prevê que, este mês, todos os procedimentos administrativos estejam concluídos. Durante o segundo semestre, serão desenvolvidas as acções coercivas de remoção nos casos de não cumprimento voluntário das ordens proferidas", sublinha a instituição, que vai apertar a fiscalização para assegurar que os depósitos não voltam.
A "esmagadora maioria" das sucatas ilegais encontrava-se (e encontra-se) em áreas integradas na reserva ecológica nacional, contaminando os solos e as águas. Daí, o facto de se registar uma "reduzida percentagem de depósitos de sucata que conseguiram obter autorização para realizar operações de gestão de resíduos", explica a CCDRN.
O plano está a ser concretizado em articulação com as câmaras municipais e com a GNR, através dos Serviços de Protecção da Natureza e Ambiente. A CCDRN firmou também um protocolo com a Valorcar - Sociedade de Gestão de Veículos em Fim de Vida, com objectivo de dar o destino correcto aos carros retirados das sucatas ilegais.
"A salvaguarda dos interesses públicos está dependente de uma eficaz colaboração e coordenação entre todas as autoridades administrativas com competências nos domínios do ambiente e do ordenamento do território", sustenta a CCDRN, louvando as "virtudes dessa articulação" que estão a ser patenteadas na concretização do referido plano.
A CCDRN sublinha que, desta forma, consegue-se "a melhoria das condições ambientais da região Norte", que se traduz na" requalificação de áreas significativas de território".