As renas que estavam no parque de Natal em Algés, Oeiras, regressaram ao Refúgio do Magoito, depois de o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ter estado no espaço, pela segunda vez, e constatado que faltava uma licença.
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A presença das renas gerou várias críticas mas Rui Madureira, da organização, explicou à agência Lusa que os animais "estão devidamente licenciados", e que pertencem à associação Burro do Magoito, "extremamente idónea e fidedigna na gestão de animais já com vários anos de existência" e que está "lado a lado com a proteção animal".
"As renas não têm qualquer tipo de função, são meramente contemplativas, fazem parte do imaginário das crianças, que associam o Natal às renas", explicou, adiantando que os animais "não possuem hastes dado que caem no inverno e crescem na primavera". E em relação à fotografia em que aparece uma rena deitada no chão, o responsável aponta que "não é por estar deitado que um animal é maltratado".
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Segundo o membro da organização do evento, o ICNF esteve há dois dias na Capital do Natal, numa primeira visita, e "verificou que estavam reunidas todas as condições para o bem-estar e segurança dos animais, não tendo sido identificados quaisquer constrangimentos". Mas na segunda-feira à noite, o ICNF voltou e explicou que faltava "uma comunicação estritamente administrativa", tendo em conta um decreto-lei de julho que estabelece o regime jurídico aplicável ao controlo, detenção introdução na natureza e repovoamento de espécies exóticas.
"Nos termos da nova legislação, confere ao ICNF o direito de se pronunciar depois de os promotores [de um evento com a presença de animais] apresentarem um requerimento quando têm em exposição animais exóticos", explicou Rui Madureira, adiantando que no requerimento, já entregue, não precisa de constar qualquer "informação fitossanitária". "A inspeção sanitária é da responsabilidade da câmara de Oeiras, que já esteve por diversas vezes no recinto e já emitiu todas as licenças necessárias e exigidas", acrescentou.
Turistas reclamam de "fraude"
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A Capital do Natal foi apresentada como um "sítio mágico" que dá a oportunidade de se "brincar com neve real", "patinar na maior pista de gelo" e ver espetáculos de luzes num grande lago no centro do recinto, mas centenas de turistas espanhóis alegam que a imagem que foi vendida é uma "fraude" por não corresponder à realidade - "nem neve havia", dizem -, tendo alguns pedido mesmo o reembolso do dinheiro dos bilhetes e até o encerramento do parque.
A organização da Capital do Natal admitiu que alguns turistas possam ter sido induzidos em erro pela promoção do evento feita por "várias agências de viagens, sites e blogues", reconhecendo que nem tudo correu bem no dia da abertura. "Pura e simplesmente tinham apanhado as informações que estavam disponíveis nos meios de comunicação social em Portugal, e com traduções livres induziram as pessoas em erro", disse Rui Madureira, adiantando que estas entidades criaram uma imagem a que a organização é "alheia, numa perspetiva falaciosa do projeto".