<p>As primeiras marteladas na barra de aço foram dadas ontem ao início da noite em Óbidos. Até ao dia 18, artesãos da cutelaria Lombo do Ferreiro irão forjar aquilo que dizem ser "uma réplica do mito" da espada de D. Afonso Henriques.</p>
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A "recriação histórica", como Carlos Norte prefere classificar, irá ter 1,85 metros e pesará cerca de 30 quilos. Estará concluída nos últimos dias do Mercado Medieval, que decorre em Óbidos até ao próximo dia 18. "O cabo e a gravação da cruz será realizada aqui no mercado para as pessoas poderem ver, mas a maior parte da obra será feita na cutelaria", explica o engenheiro mecânico.
Recusando avançar com o valor final da "réplica do mito", Carlos Norte revela que a espada será depois entregue à Óbidos Patrimonium, entidade que organiza o mercado medieval, e que a deverá colocar num museu.
A construção desta "réplica do mito" surgiu com "a muita procura de espadas, nomeadamente para coleccionadores particulares e actores", que têm vindo a chegar às cutelarias da região. Um aumento que segundo Carlos Nobre tem a ver com a realização de mercados medievais, que ocorrem um pouco por todo o país.
Para além de assinalarem a presença no evento de Óbidos, Carlos Norte admite que a ideia de forjar a réplica da espada de D. Afonso Henriques tem um primeiro objectivo: "divulgar a cutelaria nacional".
"O canivete português, com cabo de corno natural e feito à mão, é mais antigo que o canivete suíço e as pessoas desconhecem isso", assegura o engenheiro mecânico, revelando que os objectos feitos nas cutelarias da região "são na sua grande maioria para exportação".