
Leonel de Castro/Global Imagens
A proposta do PS para acolher o coletivo Es.Col.A em Gaia foi reprovada esta quarta-feira pela maioria em reunião de câmara, explicando a autarquia que nunca foi contactada pelo movimento e que quando isso acontecer estará disponível para os receber.
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Em comunicado do PS enviado à Agência Lusa, os vereadores socialistas explicam que apresentaram hoje, em reunião da Câmara de Gaia, "uma proposta concreta sobre o resgate do Movimento Es.Col.A", tendo esta sido "reprovada com três votos a favor do PS e cinco votos contra do PSD".
"As razões do voto contra do PSD foram as seguintes: a proposta tem uma crítica implícita à Câmara do Porto e o Dr. Menezes não concorda com isso. Além de que a Câmara acha que o movimento só faz sentido na Fontinha e que não se deve meter no assunto", afirma no mesmo comunicado o líder de oposição, Eduardo Vítor.
Fonte oficial da Câmara de Gaia explicou que "não se aceitou a proposta socialista porque o PS não é dono nem se pode apropriar destes movimentos sociais".
"No caso deste movimento específico - Es.Col.A - a câmara compreende o fenómeno mas junto da autarquia ninguém fez nenhum pedido de audiência nem de reunião. Quando o coletivo o fizer, a câmara estará disponível para os ouvir e para os receber", acrescentou a mesma fonte.
Segundo os socialistas, e contrapondo a argumentação que dizem ter sido usados na reunião de câmara, o presidente da autarquia, Luís Filipe Menezes, "tem sido useiro e vezeiro em criticar o Dr. Rui Rio, ao mesmo tempo propondo 5 pontes sobre o Douro sem o consultar, não se percebendo os pruridos atuais".
"O PS não quer fazer nenhuma transferência forçada do movimento. Quer abrir a porta a um processo de diálogo, que a Câmara se disponibiliza a iniciar, no sentido de tentar encontrar uma solução de compromisso e aceitável para as partes", argumentam ainda os socialistas.
Os vereadores do PS "não dão o assunto por encerrado".
"Até agora, tentamos seguir estritamente pela via institucional. A partir de agora, avançaremos para um diálogo direto com o movimento, dialogando e criando as condições para que o coletivo tome uma eventual iniciativa junto da Câmara de Gaia, se considerarem ser uma solução interessante e se estiverem definitivamente encerradas as hipóteses de uma solução credível no Porto", garantem.
Na reunião extraordinária da passada semana em Gaia, o vereador socialista Eduardo Vítor sugeriu que a Câmara aceitasse discutir em breve uma proposta que visava resgatar o Es.Col.A ao Porto, tendo segunda-feira a câmara adiado para a reunião de hoje o debate sobre o possível acolhimento naquele concelho do movimento ES.Col.A, tendo esperado pela decisão da Assembleia Municipal do Porto de segunda-feira.
A Câmara do Porto ordenou a 19 de março o despejo do movimento daquela antiga escola primária, adiantando que estava disponível para permitir a ocupação da Es.Col.A apenas até ao fim de junho, desde que fosse formalizado um contrato de cedência e o pagamento de uma renda simbólica de 30 euros.
Foi perante "a incompreensível recusa do grupo em aceitar estas condições mínimas exigidas por lei" e "aplicadas a qualquer cidadão ou instituição" que se procedeu ao despejo coercivo, explicou a autarquia, em comunicado.
