Funcionários de restaurante que ardeu na Baixa atacaram as chamas. Dona do edifício aguarda peritagem do seguro.
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Os momentos de aflição vividos ontem à tarde, quando as chamas deflagraram na cozinha da República dos Cachorros, no centro do Porto, estão bem vivos na memória dos dois funcionários que ainda tentaram apagar o fogo. Mas o tempo é, agora, de "reconstruir" o restaurante, dizem ao JN.
Ao início dsta tarde, retirava-se o que era possível da estabelecimento alagado pela água do combate ao incêndio, enquanto a proprietária do edifício, Cláudia Pinto, conta dar "um passinho de cada vez". "Os seguros já foram acionados, tanto de uma parte como da outra", adianta a dona do prédio, indicando que ainda "vai ser feita a peritagem" ao imóvel, que fica na esquina das ruas do Campinho e de Santo André.
"A Proteção Civil esteve lá de manhã, e diz que é urgente tirar o entulho", explica Cláudia Pinto, que aguarda, agora, pelo relatório da vistoria. Os maiores danos estruturais foram na placa que separa os 1º e 2º andares, que "era de madeira", e na cobertura, uma vez que "o telhado desapareceu". "É um prédio muito antigo, com mais de 100 anos", lembra a dona do imóvel.
"Foi uma aflição"
Já recuperados do susto, os trabalhadores do restaurante República dos Cachorros 2, que tem entrada pela Rua de Santo André, relatam, ao JN, minutos de aflição.
Um dos dois funcionários que entraram na cozinha quando avistaram o fumo a partir da outra loja, na Praça dos Poveiros, teve de sair por uma janela através de uma escada emprestada por um vizinho.
"Quando vimos o fumo, subimos e tentamos apagar o fogo com mantas e extintores, antes de ele tomar as proporções que tomou. Foi uma aflição", contam os trabalhadores, que optam pelo anonimato. "Joguei a manta por cima da fritadeira, mas o fogo já estava intenso e não adiantou", recorda um dos funcionários.
O JN tentou ouvir o dono do restaurante, mas sem sucesso.
Desalojados
O apartamento T2, no 2º andar, era a única habitação do prédio. Estava arrendado a dois jovens. As autoridades contabilizaram quatro desalojados no prédio, mas um dos inquilinos indicou ao JN que estavam ali a residir três pessoas.
Fritadeira
As chamas tiveram origem numa fritadeira, no 1º andar, onde fica a cozinha, e subiu ao piso superior através do exaustor.
Ruas cortadas
Todas as artérias em torno da Praça dos Poveiros foram cortadas para que os bombeiros pudessem combater as chamas, que deflagraram cerca das 16.30 horas.