A Câmara de Lagoa conseguiu remover com sucesso três das quatro embarcações que estavam encalhadas na Praia Grande, em Ferragudo, e ficaram imobilizados na areia nos últimos meses devido ao mau tempo, anunciou, esta quarta-feira, a autarquia.
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"Três das quatro embarcações que se encontravam encalhadas na Praia Grande, em Ferragudo, foram ontem retiradas do areal com sucesso, numa operação conduzida pelo Município de Lagoa, com o apoio da Capitania do Porto de Portimão, com a colaboração de um dos proprietários de uma das embarcações, recorrendo a uma empresa privada", informou a Câmara algarvia num comunicado.
O município destacou que a operação permitiu retirar do areal três veleiros que "tinham encalhado na Praia Grande, em Ferragudo, no final do ano de 2023", mas falta ainda remover da zona uma quarta embarcação, de recreio e maior porte, "que encalhou na semana passada".
Todas tinham chegado ao areal empurradas pelas tempestades que afetaram o Algarve nos últimos meses, esclareceu o município do distrito de Faro, estimando que a retirada da quarta embarcação seja feita no domingo, com uma maré mais favorável.
"O município de Lagoa solicitou a uma empresa privada a remoção da embarcação Lady Stray, de 7,90 metros, e da embarcação Bitten, aparentemente de origem sueca, de nove metros, cujo proprietário não foi possível identificar. A remoção da embarcação RAN, de 11 metros, foi solicitada pelo proprietário, e executada na mesma operação realizada durante o dia de ontem [terça-feira]", precisou a mesma fonte.
A autarquia salientou que foi necessário ter "cuidados redobrados" e recorrer a "uma empresa especializada" para fazer a remoção das embarcações, numa operação que foi coordenada pelo Município de Lagoa e acompanhada por uma equipa de mergulhadores profissionais.
A Câmara de Lagoa adiantou que no próximo domingo "será feita mais uma tentativa" pelo armador para remover o veleiro que ainda se encontra no areal, de nome Thor, aproveitando uma maré "mais favorável à realização da operação", com "o auxílio de um rebocador oriundo do Porto de Sines".
Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Lagoa disse à agência Lusa que, com a aproximação da época balnear e em coordenação com a capitania do Porto de Portimão, a autarquia iria liderar o processo de remoção dos barcos, imputando depois os custos da operação aos respetivos proprietários.
O objetivo passava por fazer a remoção de três veleiros e uma embarcação de recreio de maior dimensão, que ficaram ancoradas sem tripulação no anteporto e lado resguardado do molhe, mas não resistiram à força do vento e do mar, acabando por se soltar e encalhar na Praia Grande de Ferragudo, a primeira em outubro passado e a última há uma semana, acrescentou.
"Estamos perto da época balnear e, portanto, não podemos ter ali as embarcações", justificou Luís Encarnação.
O responsável autárquico avançou que, no futuro, deverá ser instalado um sistema organizado com poitas - pedras ou objetos pesados que servem de âncora -, em que os proprietários das embarcações estão devidamente identificados e podem ser contactados.
"Naturalmente, também irão pagar a respetiva taxa por ocupar um espaço que é um espaço de domínio público marítimo", assegurou o presidente daquela autarquia do distrito de Faro.
A Praia Grande encontra-se na margem esquerda da foz do Arade, mesmo antes do molhe de proteção do mar, e em frente a Portimão, que fica no outro lado do rio.
Em 12 de março último já tinha sido feita uma tentativa para retirar as três embarcações que nessa data estavam imobilizadas na Praia Grande, mas não resultou.
As datas escolhidas para remover os barcos estão relacionadas com a existência das chamadas 'marés vivas', uma preia-mar que atinge níveis mais altos que o normal, por ocasião de uma lua nova ou lua cheia.