Operadores admitem mais movimento, mas apontam para quebras de 40% comparativamente com 2019. Pedem mais apoios à Câmara de Aveiro.
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Neste mês de agosto, há uma "retoma" nos passeios de moliceiros que cruzam os canais urbanos da cidade de Aveiro, mas ainda não chega aos números obtidos em 2019, altura em que se estima que tenham sido transportados cerca de um milhão de passageiros. Os operadores marítimo-turísticos ouvidos pelo JN falam em quebras que, em alguns casos, rondam os 40% e pedem mais apoios à Câmara.
O operador Afonso Miranda, da empresa Aveiro com Paixão, faz contas. "Estamos melhor do que em agosto de 2020, mas 40% abaixo de 2019". No ano passado, os empresários do setor já beneficiaram de um "desconto" de 50% das taxas a pagar à Câmara para este ano de 2021 e Afonso Miranda estima que será necessário voltar a pedir apoio para "trabalharmos em 2022". Os postos de trabalho "foram praticamente todos assegurados pelos apoios do Estado", acrescenta Miranda.
Virgílio Porto, da Aveiro Emotions e presidente da associação de empresários do setor, também regista quebras. "Entre maio e meados de julho tivemos quebras de 60% [face a igual período de 2019]. No mês de agosto, a quebra é de 40%", diz. Virgílio perspetiva que em breve o movimento diminua e seja precisa "mais ajuda", até porque quem tem assegurado a retoma são portugueses, espanhóis e emigrantes em França de férias (ler ficha), que em setembro retomam o trabalho.
Quem tem embarcado nos moliceiros são famílias como a de Carla Martins, de Ponte de Lima, que selecionou Aveiro após ver imagens "numa reportagem" e quis "ver com os próprios olhos". E como Marília e Sofia Veloso, mãe e filha, de Mondim de Basto. O passeio, uma "prenda de aniversário" de Sofia à mãe, "não dececionou". Também há espanhóis, como Carlos Barret Llorens, que destacou a segurança.
Prolongar concessões
Vanessa Fernandes, da Onda Colossal, também regista "retoma" em agosto. Não concretiza, mas garante que "ainda não chega aos níveis de 2019". O futuro é "uma incógnita"
Este mês tem sido uma "lufada de ar fresco", conta Jen Marçal, da Aveiro no Coração. A empresa começou a laborar em 2019 e, poucos meses depois, encerrou devido à pandemia. "Estamos a tentar segurar o barco, mas é difícil", admite.
Ribau Esteves, presidente da Câmara, adiantou que recebeu exposições de operadores que, entre vários apoios, pedem o prolongamento das concessões "por mais três anos". O autarca já reuniu com um representante e irá reunir "com todos" para ver como será possível ajudar.