Reunião de agricultores em Valença: “A ministra não vinha preparada para a nossa realidade”
A Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, reuniu-se, esta segunda-feira, com representantes do Movimento dos Agricultores do Norte, em Valença, para abordar temas que afetam o sector na região.
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O encontro, de onde a governante saiu sem prestar declarações aos jornalistas, foi inconclusivo. Serviu apenas segundo os agricultores para Maria do Céu Antunes tomar contacto com uma realidade que desconhecia e deixar sementes para futuro.
“A ministra veio um bocado com o discurso que tem tido nas outras reuniões. Falou-nos também de bastantes milhões. Para a nossa região ficou apenas a promessa de tentar perceber o que foi feito a nível de cortes na área do pastoreio extensivo e demonstrou também que não vinha preparada para a nossa realidade a nível local”, declarou o porta-voz dos grupo de agricultores, Fábio Viana, que falou aos jornalistas no final da reunião, considerando que a reunião “serviu, pelo menos, para demonstrarmos os nossos problemas e para falar um bocadinho da região, que infelizmente, ainda não chegou lá em baixo”.
“Hoje chegamos a essa conclusão. E, se calhar, esta reunião foi importante por isso: conseguimos mostrar e afirmar alguns problemas que não eram conhecidos. E se calhar foi o início de uma luta e nós estaremos aqui para os próximos desenvolvimentos”, declarou.
À reunião os agricultores que se bloquearam a fronteira de Valença no passado dia 6 de fevereiro, levaram os problemas do “Norte em geral”, que, segundo Fábio Viana, “tem a ver sobretudo como problemas que temos em produzir de uma maneira sustentável”.
“Nós produzimos, mas não temos a nossa produção valorizada como deve ser, e todos os nossos problemas andam em volta disso”, indicou, acrescentando: “Sabemos que a ministra não pode fazer reformulação a altos níveis. Ficou pelo menos a vontade da ministra em perceber o que é que acontece e as pessoas que trouxe para a reunião [representantes da Direção-Geral de Agricultura e e Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas, e do Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas], demonstram que vinha preocupada o que aqui estava e que não dominava o assunto”.
“Apesar de estar de saída, pelo menos, trouxe-nos alguém que pode transportar os nossos problemas para os próximos executivos”, frisou, concluindo que, por agora cessaram os protestos, mas sem descartar novos no futuro. “Vamos aguardar, só o tempo nos trará respostas”, concluiu.