Com as festas do Senhor de Matosinhos a decorrer, o salão nobre da Câmara está reservado esta terça-feira, pelas 16 horas, para a apresentação do livro "Matosinhos: Memória e Coração da Feira da Louça - uma resposta para a nostalgia", do professor e escritor Hélder Pacheco. A apresentação será orientada por Cristina Azevedo, licenciada em Relações Internacionais.
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O Município de Matosinhos desafiou o autor Hélder Pacheco a regressar ao livro que escreveu em 1994 e realizar uma retrospetiva sobre os tempos antigos e os atuais da Feira da Louça de Matosinhos. Com esta viagem no tempo, pretende-se comunicar os registos populares e preservar as tradições e a autenticidade destes dias de festa.
Segundo o testemunho da presidente da Autarquia, Luísa Salgueiro, com a popularidade que a Feira da Louça obteve até hoje, é essencial "manter estes registos de memória e ainda estabilizar, bem firme, o leme que conduz as grandes tradições e costumes matosinhenses".
O novo livro, publicado após quase 30 anos desde a primeira edição, explora, segundo Fernando Rocha, vereador da Cultura, "uma nova linha de continuidade", e retrata a forma como a população moderna se adequa aos usos e costumes tradicionais, como a arte tradicional da olaria.
O início da Feira da Louça remete para o século XVIII, quando se realizou, a 4 de maio, um tríduo - festa religiosa com a duração de três dias - de forma a celebrar o final das obras de ampliação e remodelação do templo do Senhor de Matosinhos.
A partir daí, ficou marcada a realização anual de uma festa dedicada ao padroeiro. A comercialização de produtos aos romeiros, as celebrações religiosas e de lazer fizeram com que as festividades atingissem grandes dimensões.
Com a comparação das imagens antigas e dos testemunhos recolhidos nesta nova edição, é percetível o facto da Feira da Louça permanecer leal às tradições mesmo passando por um período de pós-modernidade e o impacto do novo milénio.