<p>No dia a seguir às fortes chuvas que provocaram a subida das águas do ribeiro do Arquinho, na Maia, e consequente inundação da EN 107, avaliaram-se os estragos. A Autarquia garante que o ribeiro poderá ser requalificado com a ajuda do QREN. </p>
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Junto à rotunda do Requeixo, em Vermoim, Maia, muitos eram os técnicos que, ontem de manhã, analisavam o leito do ribeiro do Arquinho. A correr a um nível mais baixo daquele que o fez transbordar na véspera, o curso de água barrenta ainda corria a grande velocidade.
A chuva, apesar de cair com menor intensidade, veio dificultar, ainda assim, os trabalhos que se faziam na margem, como a retirada de pedras ou a execução de trincheiras já a acautelar uma nova subida do ribeiro.
Conforme explicou fonte da Autarquia, "alguns dos trabalhos foram levados a cabo pela equipa de Protecção Civil da Câmara da Maia para limpeza do leito, já outros são da responsabilidade da Sonae Sierra", a fim de avaliarem os prejuízos que tiveram na obra das futuras instalações do Centro Comercial Maia Jardim, que abrirá em 2010.
O JN tentou obter junto da empresa uma avaliação dos prejuízos, mas tal não foi possível em tempo útil.
Os moradores da Rua de Agostinho da Silva Rocha, na EN 107, contaram, ao JN, já não se lembrarem de "uma inundação como esta já há alguns anos". "Eram umas quatro da tarde quando reparei que, devido à chuva forte que caía, a rua estava completamente inundada. Foi uma aflição muito grande", disse uma moradora, que preferiu o anonimato, lembrando que "com a passagem dos carros - fazendo uma espécie de ondulação - a situação estava a agravar-se".
Também um comerciante afirmou ter estado "preocupado" com a inundação da rua, uma vez que "há cinco anos ficou com a água pela altura das tomadas". "Desta vez não tive prejuízos, porque coloquei uma espécie de comportas à frente do estabelecimento", salientou.
A moradora relatou, ainda, que "desde que o ribeiro foi limpo deixaram de ter problemas na rua", levantando a suspeita que a inundação de anteontem pode ter sido provocada devido "a complicações nas obras do novo centro comercial, que terá estrangulado o ribeiro".
Todavia, fonte da Câmara contradiz esta tese, sublinhando que foi "uma situação excepcional". "As inundações que aconteceram na Maia são idênticas às que se verificaram no resto do país, provocadas pelas más condições climatéricas do dia. Concretamente na EN107, a inundação ficou a dever-se apenas à subida do leito do ribeiro do Arquinho", acrescentou.
Ainda assim, a fim de ser resolvido este problema, "está a ser feito um estudo no âmbito de uma futura candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para se recuperar o ribeiro do Arquinho", garantiu a mesma fonte. Refira-se que o ribeiro do Arquinho atravessa, a zona do Castêlo, de Nogueira, de Vermoim, desaguando no rio Leça, junto à freguesia de Milheirós.