Portugal é o país dos três terços: um terço da população vive na região de Lisboa, outro terço mora na região do Porto e o terceiro terço são as pessoas que residem no resto do país. O mapa é este, garante Rio Fernandes, mas, no momento de investir, os Governos não o reconhecem.
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O geógrafo defende, por isso, equidade e inteligência no investimento público. "O investimento que se faça na região de Lisboa deve ser idêntico ao que se fizer no outro centro onde vive outro terço da população portuguesa", advertiu, referindo-se à região do Grande Porto. A expansão do metro do Porto é disso exemplo, refletiu esta segunda-feira Rio Fernandes, nas Conferências de Gaia, organizadas pelo Jornal de Notícias e pela Câmara de Gaia.
"O metro do Porto terá de ser equacionado à escala portuguesa, comparando o Porto com Lisboa. Temos de comparar os preços dos bilhetes e as linhas existentes nestas duas zonas", argumentou, certo de que deve favorecer-se a convergência. O investimento público deve ser aplicado onde faz mais falta. Uma posição que serve, também, para justificar a prioridade concedida por Rio Fernandes à construção das linha para Gondomar, via Valbom, e do prolongamento da Linha Amarela até ao Hospital de Gaia e a Vila d'Este, em detrimento da execução da linha do Campo Alegre, no Porto.
"O investimento deve ser inteligente e não uma guerra de capelas para ser eficiente e dar qualidade de vida a Portugal", sustenta o geógrafo. Nesse sentido, rejeita que se gaste milhões na construção de um novo porto do lado sul de Lisboa e defende a melhoria da ligação ferroviária entre Braga e Guimarães e a modernização da Linha do Douro até à Régua.
"A Linha do Douro é fabulosa. A eletrificação não custa assim tanto. Custa menos que um quilómetro do TGV no Alentejo e é importante para as pessoas que ali vivem e para o Turismo".