A braços com elevados stocks, empresas produtoras de vinho vão comprar menos aos viticultores. Ministério da Agricultura vai anunciar medidas de apoio em julho.
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Na Região Demarcada do Douro repete-se a história de 2023: há empresas produtoras de vinho que comunicaram aos viticultores que vão comprar menos uvas ou podem nem comprar. A retração nas vendas mantém as adegas com stocks elevados e pouca capacidade para a nova vindima. Os agricultores andam aflitos a tentar arranjar compradores e há quem admita não colher se o preço não compensar. “A preocupação é grande”, refere Rui Soares, presidente da Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro), pois há “um receio generalizado de que seja uma vindima muito complicada”.
“É um drama”, rotula José Manuel Santos, produtor de uvas, também presidente da Adega Cooperativa de Lamego. “Não me lembro de um ano em que estivesse tão preocupado”, confessa, já que “os viticultores estão à espera de um ano pior” do que 2023. Investiram “milhares de euros” e a perspetiva de rendimento “é péssima”.