Equipa das universidades de Aveiro e Coimbra passa edifícios a pente-fino.
Corpo do artigo
Os edifícios dos núcleos urbanos antigos do Seixal estão a ser analisados ao pormenor, no âmbito de um estudo que irá indicar os danos prováveis de sismo ou incêndio urbano. O levantamento decorre até ao Verão no Seixal, Arrentela, Paio Pires e Amora.
A equipa composta por elementos das universidades de Aveiro e de Coimbra, que já fez um trabalho semelhante nessas cidades, debruça-se actualmente sobre os mais de mil edifícios do núcleo do Seixal. Depois da observação do conjunto, decorre a avaliação de cada casa.
"Tendo o levantamento geométrico e utilizando algoritmos, é possível calcular o risco sísmico e de incêndio urbano", esclarece Romeu Vicente, da Universidade de Aveiro, frisando que no final vão ser indicados vários cenários para diferentes intensidades, utilizando a escala macrosísmica de dano.
"Só fazendo cenários de catástrofe é que os serviços e as populações podem responder da melhor maneira", refere Raimundo Mendes da Silva, da Universidade de Coimbra, lembrando que o estudo dará informação sobre a probabilidade de ocorrer um sismo ou um incêndio, que, a juntar à vulnerabilidade dos edifícios, permite identificar as acções que podem diminuir os riscos. "Este centro antigo tem uma característica muito boa. Os edifícios estão atirantados", destaca, explicando a função dos tirantes que atravessam os edifícios de um lado ao outro. "O ideal é que o edifício abane em conjunto e regresse à posição inicial", esclarece.
É com um laser ou uma fita métrica que as medidas são tiradas às divisões das casas, tal como o JN observou no caso da propriedade onde Elisabete Enguião, de 47 anos, desenvolve a sua actividade profissional. "Quando me disseram para o que era, aceitei, porque isto é um barril de pólvora. Estamos numa zona sísmica", diz a solicitadora. "A Câmara devia ser mais intervencionista nesta zona histórica", adverte.