Dirigente da associação que o acolheu diz que animal é "dócil". Menina internada em Lisboa com "prognóstico bastante favorável".
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Átila, o cão de raça rottweiler que atacou uma menina de três anos, em Pontével, no Cartaxo, no passado dia 4, não tinha vacinas, seguro, licença, registo criminal, nem declaração do veterinário, revelou esta quinta-feira ao JN Vladimiro Elvas, presidente da Associação Proteção aos Animais Abandonados do Cartaxo (APAAC).
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A criança continua internada no hospital de Santa Maria, em Lisboa, mas o "prognóstico é bastante favorável".
Fonte do Centro Hospitalar Lisboa Norte adianta ao JN que a menina foi transferida, no sábado, da Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos para a enfermaria. "O seu estado de saúde está a evoluir bem e o prognóstico é bastante favorável." Na sequência dos ferimentos causados pelo animal "na face e no couro cabeludo", a criança foi operada por uma equipa pediátrica e de cirurgia plástica.
É um animal dócil, pelo que alguma coisa se passou. Só conhecendo os factos concretos é que se poderá saber
Após o ataque, o cão de "raça potencialmente perigosa" foi recolhido pela APAAC, onde se encontra a cumprir quarentena, confirma a GNR de Santarém. "O animal não foi, nem será abatido, a menos que o Ministério Público o decida", esclarece Vladimiro Elvas. "É um animal dócil, pelo que alguma coisa se passou. Só conhecendo os factos concretos é que se poderá saber", afirma.
Átila estava "totalmente ilegal"
"O animal só tinha microchip com o nome do tutor. As vacinas não estavam em dia, falta-lhe licença, seguro, registo criminal e a declaração do veterinário", explica o presidente da APAAC. "O tutor foi notificado para apresentar os documentos em 30 dias", informa. Só depois disso é que poderá recuperar Átila. "Essa possibilidade parece-me pouco provável, porque penso que nem sequer o quer de volta."
O caso foi comunicado pela GNR ao Tribunal Judicial do Cartaxo, que tutela a investigação, por ofensas à integridade física. Além do processo penal, o proprietário do animal pode ainda ser alvo de um processo cível. "As coimas têm um valor irrisório: entre 50 e 3740 euros", acrescenta Vladimiro Elvas, que pede mais fiscalização. "Se o cão está sem trela ou sem açaimo, o tutor tem de ser punido, o que não acontece", lamenta.