Autarca apresenta recandidatura na quinta-feira. Entende que ser independente é trunfo contra centralismo e não põe fasquia eleitoral.
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Está decidido: Rui Moreira apresenta a recandidatura à Câmara Municipal do Porto quinta-feira, às 17 horas, no Mercado Ferreira Borges - onde, em 2013, avançou para a política. O autarca vai a votos pela terceira (e última) vez e apresenta quatro motivos: ser uma figura "independente" contra direções de partidos e "agendas centralistas"; querer entregar à cidade projetos que iniciou; ser uma voz de defesa do Norte; e ter mostrado boa capacidade de gestão. A equipa de Rui Moreira evita falar em maioria absoluta, acena com a capacidade de criar pontes e entende que o caso Selminho não compromete as aspirações do autarca.
"Rui Moreira não tem agenda partidária nem responde a diretórios partidários", afirma, ao JN, Francisco Ramos, presidente do movimento independente de Rui Moreira "Porto, o Nosso Movimento". "Defende sempre o Porto, independentemente dos poderes centrais, dos protagonistas partidários nacionais e das agendas centralistas que recorrentemente nos querem impor", acrescenta.
"Voz mais forte e respeitável"
Para Francisco Ramos, Moreira deve também ter "a oportunidade" de entregar à cidade "obras emblemáticas" que iniciou. Destaca a renovação do Mercado do Bolhão ou o Terminal Intermodal de Campanhã mas, também, a reconversão do antigo matadouro: "Os portuenses ainda não têm a verdadeira noção da revolução que este equipamento fará na parte oriental da cidade", refere.
Francisco Ramos vê Rui Moreira como "a voz mais forte e respeitada do Porto e da região" a nível nacional e internacional, apontando a "liderança" demonstrada pelo autarca durante a pandemia. No capítulo da gestão, argumenta que Moreira atraiu os maiores níveis de investimento público e privado "da história da cidade", ao mesmo tempo que apresentou contas certas "à moda do Porto".
Questionado sobre se o autarca pensa em renovar a atual maioria absoluta, Francisco Ramos é taxativo: "Os objetivos passam por ganhar as eleições". Já a questão de uma eventual atribuição de pelouros ao PS no futuro, "não se coloca nesta fase, de forma alguma".
Francisco Ramos lembra que, apesar de Rui Moreira não ter alcançado a maioria absoluta no primeiro mandato, conseguiu sempre "criar condições de governabilidade". Agora, o objetivo é semelhante: "Não nos interessam as questões partidárias e o xadrez partidário, isso não faz parte da nossa equação. O que faz parte é ter condições de governabilidade", referiu. "Portanto, no futuro, encararemos qualquer tipo de cenário político com a mesma capacidade e a mesma vontade".
O líder do movimento garante que o caso Selminho, em que o autarca do Porto é arguido, "não influenciou, de forma alguma", a decisão de recandidatura. Acusa PSD e BE de terem sido "os dois únicos partidos" a tentar explorar o caso. "O PS e o PCP desde logo disseram que, desta vez, não seguiriam esse trajeto, o que obviamente nos agrada".
A composição das listas ainda é segredo, mas combinarão "estabilidade" com "sangue novo". Rui Moreira tem já o apoio do CDS e poderá vir a ter também o da IL.
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