Confrontos entre adeptos de clubes estrangeiros levaram autarca a acompanhar ação policial. Presidente da União de Freguesias do Centro Histórico defende que cidade "deu imagem de fragilidade"
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O presidente da Câmara do Porto passou quatro horas a ver como estavam organizadas as forças policiais, que acompanharam a chegada das claques, de dois clubes estrangeiros, que provocaram desacatos durante três dias na cidade do Porto. Sempre a pé e junto de António Leitão da Silva, comandante da Polícia Municipal, Rui Moreira fez uma ronda, entre as 22 horas de quinta-feira e as 2 horas da madrugada desta sexta-feira, pela Avenida dos Aliados, Praça de D. Filipa de Lencastre e a Rua de José Falcão. Também visitou a Estação de São Bento, local de regresso de muitos adeptos que foram ver os jogos de futebol a Braga e Guimarães.
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A presença do autarca na rua aconteceu depois de, na sequência dos desacatos entre claques belgas e inglesas em diferentes pontos da cidade portuense, Rui Moreira ter endereçado uma carta ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Entre outras críticas, o edil sustentou que a PSP do Porto "não teve meios para conter um número limitado de adeptos" fruto de "opções políticas negacionistas", que se "espelham numa legislação desadequada" e que dificulta a "ação dos próprios polícias".
Também para o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, a cidade "deu imagem de fragilidade", que poderá ter consequências no turismo. "Os vidros do Café do Cais, na Ribeira, foram partidos, provocando um prejuízo a rondar os três mil euros, e também houve vidros partidos na rua de São João. Os danos serão avultados, mas mais grave é o sentimento de insegurança que nos fez recuar aos anos 90", refere.
Para o autarca, "não foi acautelada" a presença dos adeptos estrangeiros, o que fez com que fosse passada uma "imagem de incapacidade". "A situação poderia ter sido ainda mais grave se os habitantes reagissem. Espero que tenha servido de lição", declara.