O médico António Araújo, líder do movimento cívico Porto com Porto, disse, este sábado, que "é inaceitável o atual momento do metrobus", na zona da Boavista, "e que o presidente da autarquia tem de assumir a sua responsabilidade neste cenário".
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"Nos últimos dias, Rui Moreira tem-se vindo a tentar desresponsabilizar por esta obra que desvirtua por completo as avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa quando é a ele que compete zelar pela manutenção das vias e da harmonia da cidade. Esta atitude deixa-nos chocados", afirmou António Araújo, que este sábado "inaugurou", com uma simbólica marcha de protesto, a "nova ciclovia das avenidas, porque é para os transportes de mobilidade sustentável e individual, que esta via devia servir".
"Os autocarros que estavam para aqui circular só chegam em meados de novembro, continua a não haver previsão do modo de abastecimento dos novos veículos, pelo que a situação dificilmente estará sanada antes de meados do próximo ano. No meio deste trabalho catastrófico da Metro do Porto, não se percebe como é que o trabalho de fiscalização que cabe à autarquia fazer, deixou passar esta imprecisão", sublinhou Araújo.
Para além disso, o médico e a sua equipa consideram que "esta é uma oportunidade perdida para a cidade olhar para o futuro", como diz Francisca Moutinho, vice-presidente do movimento.
"Esta obra acabou por se transformar numa via inutilizada, que provocou e continua a provocar o caos. Uma cidade que pensa nos seus munícipes tem de perceber que as pessoas precisam de soluções que não exijam o carro e poderem fazer o dia-a-dia com rapidez nas deslocações. Esta faixa devia servir para as pessoas usufruírem das avenidas, terem espaço para caminhar, andarem de bicicleta, skate ou trotineta", declarou Francisca Moutinho, no final do percurso.
A mobilidade é uma das áreas que está a servir de base à lista de 50 medidas que o Porto com Porto pretende apresentar a Rui Moreira em Janeiro do próximo ano. Foi identificada pelo movimento como "uma das maiores preocupações, tanto de cidadãos como de especialistas consultados".