O presidente da Câmara do Porto afirmou, esta sexta-feira, que não vai voltar atrás quanto à retirada da estátua de Camilo, instalada no largo da antiga Cadeia da Relação, no Porto, apesar de, pelas 14.30 horas, cerca de cinco mil pessoas já terem assinado a petição contra a decisão do autarca.
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No Mercado do Bolhão, a assinalar o primeiro aniversário desde a reabertura, questionado pelos jornalistas sobre o facto de várias pessoas se manifestarem contra a remoção da estátua, o autarca admitiu não reverter a sua decisão.
"É uma decisão minha (...) Neste caso há posições extremadas dos dois lados. Há quem queira e quem não queira", indicou Rui Moreira, que disse não se tratar de "nenhum puritanismo".
O presidente da Câmara do Porto sublinhou ainda que a escultura de Francisco Simões não vai ser destruída: "Parece-me razoável que a estátua saia dali. Não vamos demoli-la, nem derretê-la".
Rui Moreira considerou ainda que a escultura "é feia e de mau gosto", mas que a sua opinião nunca motivou a retirada da obra. Contudo, a decisão chega depois do autarca perceber que a sua opinião "é secundada por pessoas a quem todos nós temos de reconhecer o mérito".
"Eu valorizei a carta porque, entre as pessoas que a escrevem, temos por exemplo, os dois maiores críticos da arte da cidade do Porto", disse, referindo-se a Bernardo Pinto de Almeida e Miguel von Hafe Perez.
"A estátua vai ficar nas reservas ou vai para outro sítio qualquer", declarou, acrescentando que "amanhã pode chegar um presidente de Câmara que volte a pô-la ali".