Obras de alargamento da auto-estrada começam no segundo semestre deste ano. Viaduto vai ter utilidade.
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Cerca de 70 mil veículos cruzam, diariamente, a A4 entre Águas Santas (Maia) e Ermesinde (Valongo). Este troço da auto-estrada está congestionado devido ao tráfego intenso. A Brisa iniciará, ainda este ano, as obras de duplicação de duas para quatro vias.
A declaração de impacte ambiental favorável, assinada a 8 de Fevereiro pelo secretário de Estado do Ambiente, especifica que, caso haja reclamações dos residentes devido ao aumento de ruído após a duplicação da A4, deverá garantir-se o realojamento nas situações em que haja uma deterioração das condições de vida.
O projecto de alargamento do sublanço com cerca de quatro quilómetros contempla a construção de um novo túnel, a beneficiação e a reconstrução de quatro travessias rodoviárias e a demolição da passagem superior para peões que desemboca na Rua de Manuel Francisco de Araújo. Rasgar-se-á um caminho paralelo à auto-estrada, para que a população possa cruzá-la a pé através do viaduto da Granja, edificado há mais de uma década e que nunca teve utilidade. A travessia terá finalmente ligações à rede viária.
A Brisa suportará a execução dos acessos ao viaduto, criando uma rotunda no cruzamento com a Rua de D. António Moutinho e o Caminho dos Coriscos e outra no entroncamento das ruas de Manuel Francisco de Araújo e da Piedade. No acordo com a Câmara da Maia, a empresa compromete-se a financiar, ainda, a execução de uma nova escola (ao lado da EB1 da Pícua, com cinco salas para 125 estudantes) e de um polidesportivo para substituir o rinque e a primária da Granja.
"Propusemos a desactivação dessa escola, porque ficará muito perto da auto-estrada após o alargamento", recorda Bragança Fernandes, presidente do Município da Maia, explicando que os dois equipamentos referidos não serão demolidos: "Ficarão para usufruto da Associação de Moradores da Granja e da população local. A associação assumirá a gestão da escola desactivada. Penso que será um bom local para acolher uma biblioteca, um centro de dia ou um equipamento cultural".
Quatro habitações a demolir
As obras de alargamento, que começarão no segundo semestre deste ano, afectarão um terreno ocupado por um acampamento de famílias de etnia cigana (na freguesia de Águas Santas) e conduzirão à destruição de, pelo menos, quatro habitações.
Bragança Fernandes crê que a intervenção, orçada em 58 milhões de euros e a concluir no final de 2012, dignificará a envolvente ao sublanço da A4.
"Este foi um dos primeiros troços de auto-estrada construídos na região Norte. Tem cerca de 20 anos. A obra foi feita sem preocupações ambientais. Não colocaram barreiras acústicas" e deixaram lugares isolados, como o da Granja, assinala o presidente.
Erros que serão corrigidos agora. Os trabalhos de duplicação começarão com a construção da novo túnel que servirá o tráfego no sentido Valongo-Maia. Só depois se procederá à ampliação do túnel que serve o sentido contrário (ver infográfico). O actual viaduto a Nascente dos túneis, que dá acesso à Rua dos Coriscos, será demolido. O projecto da Brisa prevê a edificação de uma nova travessia alguns metros à frente, que terá um ramal de acesso às ruas de Dr. António dos Santos e de D. Afonso Henriques. Todas as passagens superiores serão repavimentadas e terão passeios.
A empreitada abrangerá, ainda, a reformulação do nó de Ermesinde e da praça de portagem. Esta passará a dispor de sete vias de entrada e nove de saída.