Uma família de etnia cigana, com 30 elementos, fez, na tarde de ontem, acampamento na área de serviço de Águas Santas (A4), na Maia, e recusava sair, alegando que estava à espera que uma jovem tivesse alta hospitalar.
Corpo do artigo
E nem com a intervenção da PSP aceitava procurar um parque de campismo. A família, de origem espanhola, acabou por ser autorizada a passar a noite no local, com o compromisso de levantar o acampamento na manhã de hoje.
Não é a primeira vez que isto acontece na área de serviço de Águas Santas. São recorrentes as vezes em que a PSP é chamada ao local, porque famílias de etnia cigana resolvem instalar as suas rulotes no parque de estacionamento. Foi o que aconteceu ontem com a família Maia, que já tinha estado em Canelas (Vila Nova de Gaia), donde saíra por ordem das autoridades locais.
Autorizados a pernoitar
Segundo o patriarca da família, Martinel dos Maias, os 30 elementos tinham estado a vender na Feira de Espinho e seguiam rumo a Vila Real, quando uma jovem, de 17 anos, grávida de mês e meio, se sentiu mal. "Tivemos que parar para chamar uma ambulância. Ela perdeu o filho e está internada no S. João e só queríamos estar aqui uns dois ou três dias, à espera que ela tenha alta", garantiu, ao JN.
Aquela família, oriunda de Saragoça, não compreendia por que razão a PSP não a deixava acampar na área de serviço com as rulotes, nem quando foi explicado que tal não é permitido por lei.
"Isto é racismo!", não se cansava de gritar Martinel dos Maias, convencido de que não seria assim tratado se não fosse espanhol nem de etnia cigana. Valeu a calma com que os agentes da PSP/Maia lidaram com o caso.
A situação só foi resolvida por volta das 21 horas quando, devido ao adiantado da hora, a Polícia acabou por autorizar que passassem a noite nas oito rulotes que estacionaram na estação de serviço, até porque a maior parte dos 30 elementos são crianças. Mas, a família Maia teve que se comprometer a levantar acampamento logo pela manhã.