O rebentamento de uma conduta entre duas barragens na Pampilhosa da Serra cortou duas estradas municipais e inundou 12 casas, naquele concelho e em Coimbra.
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As inundações no Cabouco, próximo de Coimbra, ao início da manhã, deveram-se à rutura da conduta entre as barragens do Alto Ceira e de Santa Luzia, tendo as águas cortado uma estrada municipal, entre as povoações de Camba e Porto da Valsa, na Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra.
A cheia inesperada do Ceira afetou 12 habitações, junto a Coimbra, e cortou ainda o trânsito na rua e na ponte antiga que atravessam o Cabouco, implicando o desvio da circulação pela nova travessia do rio, ligando a povoação à estrada da Beira (EN 17).
O presidente da Câmara da Pampilhosa da Serra, José Brito, disse à agência Lusa que o rebentamento da conduta de água libertou uma torrente de água que veio danificar uma estrada do concelho que passa logo abaixo, na mesma encosta, obrigando à interrupção do trânsito.
O autarca frisou que "não houve qualquer problema" com a nova barragem do Alto Ceira, propriedade da EDP, que há dois anos substituiu outra existente no local, tendo o acidente afetado a infraestrutura antiga que faz o transvase entre esta barragem e a de Santa Luzia, no rio Unhais.
A água é canalizada através de um túnel com quase sete quilómetros de comprimento, o qual rebentou "num ponto em que passa à superfície", segundo José Brito.
O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, exigiu à Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) a realização de um inquérito para apurar responsabilidades pela origem da rutura da conduta.
Em conferência de imprensa, Manuel Machado disse que a ANPC deve também esclarecer a demora na emissão do sinal de alerta, "mais de duas horas" após o acidente, registado cerca das 06.00 horas.