Unidade esteve em risco de fechar esta semana devido a atrasos no financiamento. Câmara vai assegurar verbas a partir deste domingo até junho.
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A sala móvel de consumo assistido de drogas de Lisboa vai continuar aberta até ao próximo dia 8 de junho. Tal como o JN noticiou há uma semana, deveria ter fechado nesta sexta-feira, "na sequência da falta de decisão sobre o financiamento desta resposta", mas a Câmara de Lisboa decidiu "cobrir este financiamento a partir deste domingo a 8 de junho", avança a Médicos do Mundo e o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT).
O primeiro espaço para consumo de drogas em Portugal foi financiado, durante os primeiros três anos, pela Câmara de Lisboa. Nos dois primeiros meses deste ano, já deveria ter sido comparticipado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), mas o organismo diz que o concurso para o financiamento ainda está a decorrer.
Por isso, o programa contou com uma extensão de financiamento da Autarquia lisboeta em janeiro e fevereiro.
Depois, durante março e abril, a Médicos do Mundo e o GAT, que gerem este equipamento, mantiveram o Programa de Consumo Vigiado Móvel "com base em fundos próprios", até deixarem de ter condições para o fazer e tomarem a decisão de encerrar.
Perante a possibilidade de interrupção, o Município volta agora a "financiar os custos inerentes aos dois meses em que o Programa de Consumo esteve a funcionar sem apoio financeiro e a prolongar este apoio por mais um mês", escrevem as organizações, acrescentando que esperam "a célere resolução do concurso promovido pelo SICAD".
Concurso
O diretor do SICAD, João Goulão, disse ao JN, há uma semana, que "o concurso decorre dentro dos prazos legais previstos, não se tendo verificado desvios nos tempos procedimentais aí preconizados" e que "será concluído no mais breve espaço de tempo possível".
O concurso, esclareceu ainda, "foi iniciado pelo SICAD assim que estiveram reunidas as condições legais para o efeito". "Aguardo a conclusão dos trabalhos da Comissão de Seleção, com os quais não posso nem devo interferir", rematou João Goulão.