Apesar da proximidade das festas dos santos populares, os pescadores de Peniche não estão a sentir o impacto financeiro resultante do aumento do consumo de sardinha nesta altura do ano, justificado pela fraca qualidade do peixe.
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"Nesta altura, pelos santos populares, os preços eram mais elevados, mas este ano não são porque a sardinha tem tido pouca gordura e não está ainda muito saborosa, o que se reflecte nos preços", refere Paulo Comboio, armador de Peniche, um dos principais portos do país donde sai a maior quantidade de sardinhas consumidas nos santos populares.
Em anos anteriores, um cabaz de 24 quilos de sardinha chegava a ser vendido pelos pescadores por 35 a 40 euros, mas este ano os preços não têm subido mais do que os 15 a 20 euros pela mesma quantidade.
"[Anteontem], vendi o cabaz a 20 euros, mas foi excepção porque os preços têm andado entre os 12 e os 15 euros", diz, por seu lado, Manuel Pacheco, também armador de Peniche.
"O que me tem valido é um contrato que tenho com uma fábrica de conservas que me paga a 12 euros o cabaz, quando a sardinha não tem saída para o consumo e não vale mais do que esse preço", acrescenta.
Petinga como alternativa
Como a sardinha é mais magra e ainda não cresceu o suficiente, os pescadores vendem em alternativa a chamada petinga, mas a metade do preço por não ser tão valorizada pelo mercado.
Além da qualidade ser inferior, os pescadores estimam que este ano exista sardinha em menos quantidade.
Maiores ou mais pequenas, mais ou menos saborosas, deverão ser consumidas milhares de toneladas de sardinhas nos santos populares em quantidades semelhantes à dos anos anteriores.
Neste sentido, os pescadores esperam que, dentro de dias, o pescado venha a ser mais caro, tendo em conta a procura para satisfazer as necessidades de consumo.