A festa de São Gonçalo, em Gaia, que se realizaria no domingo, foi cancelada. Fica sem efeito, como aconteceu no ano passado. De ambas as vezes, o impedimento tem a ver com a pandemia. Mas a organização propõe o adiamento para outra data, ainda em 2022, quando o estado sanitário do país o permitir. A ideia foi sugerida à Câmara Municipal e terá que contar com a anuência de Jorge Duarte, pároco de Mafamude.
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"Dois anos sem celebrar o São Gonçalo é muito tempo. Em função da evolução da pandemia, poderemos festejar mais tarde. Em março, abril ou maio. Não temos pressa", referiu Agostinho Gomes, presidente da Associação Recreativa Os Mareantes do Rio Douro, entidade que divide a organização da festa com a Comissão Antiga da Rasa e a Nova Comissão da Rasa, ambas de Mafamude.
Oficializada a decisão, este fim-de-semana não se ouvirá o rufar dos bombos e das caixas dos Mareantes em Gaia, na tradicional arruada que, em tempos normais, costuma atrair famílias e muita juventude, naquele que seria um dos primeiros eventos festivos do ano.
Por hábito, o santo sai à rua no dia 10 de janeiro ou no domingo a seguir. Leva a alegria a zonas como a beira-rio, Candal, Coimbrões e Santo Ovídio, entre outras.
"São Gonçalo é o protetor das fraturas ósseas", explicou Agostinho Gomes, adiantando que a celebração ao ar livre, e sempre bastante concorrida, também é dedicada a "São Cristovão, padroeiro dos barqueiros, e a São Roque, protetor das pestes".
Como manda a tradição, Mareantes, Comissão Antiga e Nova Comissão, com itinerários diferentes, haveriam de cruzar-se a dada altura dos percursos. Para os Mareantes, a folia termina, ao fim do dia, na igreja de Mafamude.
A pandemia silenciou os bombos da histórica Associação Recreativa não só agora, como ao longo dos últimos meses. "Neste último ano e meio, apenas tivemos duas atuações e em ambientes muito restritos", disse, entristecido, o presidente, mas confiante que melhores dias virão.