<p>A associação ambientalista Flamingo sustentou, esta quarta-feira, que o sapal de Corroios está a servir de depósito de areia, que provém do terreno onde está a ser construído o novo Centro de Saúde de Santa Marta do Pinhal (Corroios).</p>
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As obras do novo Centro de Saúde de Corroios começaram há cerca de uma semana, ocasião em que o Grupo Flamingo recebeu a denúncia de que a areia retirada do terreno onde será edificado o equipamento está a ser "transportada em camiões" e directamente "depositada" no Sapal, disse à Agência Lusa Ana Silva, do Grupo Flamingo.
A área do Sapal de Corroios onde está a ser feito o depósito de areias foi licenciada quer pelo Ministério do Ambiente quer pela Câmara Municipal do Seixal para um projecto de uma empresa(Viveilis) de engorda artificial de peixes.
Esta área está inserida na Reserva Ecológica Nacional, pelo que, para a associação, a obra irá permitir a "destruição" do mais importante património natural do concelho do Seixal.
A organização ambientalista Flamingo acusa o presidente da autarquia do Seixal, Alfredo Monteiro, de ter "recorrido à mentira" pois afirmou perante "os munícipes e a opinião pública" que o município "exigia que o Sapal fosse reposto" e que as actividades de interesse económico não poderiam por em causa um património natural que "defendem e preservam".
No entanto, segundo os ambientalistas, a autarquia contactou o Governo para tentar "encontrar uma solução de compromisso entre a Câmara Municipal e o Governo para o processo de estabelecimento da piscicultura de forma a evoluir sem novos constrangimentos".
"Este é um caso demonstrativo em que as entidades governamentais se vergam a interesses de ordem económica, em grave prejuízo de ordem ambiental, formando um 'jogo do empurra' e um ciclo vicioso", acusam os ambientalistas.
A agência Lusa tentou obter uma reacção do presidente da autarquia do Seixal, mas fonte do gabinete remeteu para mais tarde uma resposta.