Valter Leitão, de Sardoal, e Alexia Barthe, a noiva suíça, tinham casamento marcado no dia 4 de abril deste ano. Apesar da mudança de planos provocada pela pandemia, o casal estava determinado em dar o nó naquele dia, até porque a data da boda já estava gravada nas alianças. Assim, cumpriram com rigor o cerimonial, com a família e amigos a assistirem a tudo do outro lado do ecrã. As autoridades suíças, inspiradas pela história de amor, passaram a conferir validade jurídica aos casamentos online.
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O ano de 2020 é jovem, tal como os noivos que planeavam dar o nó desde dezembro de 2018 e recusaram esperar mais tempo. Chegada a primavera, casamento civil mais respetiva boda: "Estava tudo planeado" para uma cerimónia no sábado 4 de abril. Valter e Alexia tinham "fatos, sala e serviço de restauração reservados, convites enviados desde setembro do ano passado e as alianças gravadas com 4-4-2020", conta o sardoalense.
Valter Leitão, 35 anos, é natural de Cabeça das Mós, no concelho de Sardoal, onde moram os seus pais e outros familiares. Reside na Suíça desde 1994, país para onde emigrou com 9 anos de idade. Atualmente, trabalha como projetista, desenha e gere obras de canalização. Alexia Barthe, a noiva de 30 anos, assistente de recursos humanos de profissão, e com quem atualmente vive em Prilly, perto de Lausanne, no cantão de Vaud, conheceu-a através de um site de encontros na internet, há quatro anos.
Com o vírus SARS-CoV-2 a espalhar-se pela Europa, e para desilusão do casal, o registo civil de Lausanne provou que uma desgraça nunca vem só ao cancelar o casamento duas semanas antes da data marcada, sem indicar nova data para a celebração.
"Até hoje desconhecemos quando será possível casar de forma presencial. Tivemos de anular tudo o que tínhamos preparado. Mas decidimos fazer uma cerimónia online como se fosse a verdadeira. Com o registo civil de Lausanne a cancelar todos os casamentos não nos restava outra alternativa senão inventar uma solução, mesmo sem valor jurídico", afirma Valter. "Decidimos fazer uma cerimónia diferente e original. Um momento que vai ficar gravado para sempre. Não íamos esperar mais tempo para meter a aliança no dedo e festejar", refere o noivo.
Na Suíça, Valter e Alexia terão sido os primeiros a optar por uma cerimónia online, no contexto da covid-19. Após essa reinvenção do matrimónio, o registo civil de Lausanne entrou em contacto com o casal para perceber o formato da cerimónia e, a partir daí, propor a opção de casamento online com validade jurídica, aos cidadãos que quisessem casar durante o período da pandemia.
Contrariamente ao casamento de Valter e Alexia, cuja cerimónia demorou meia hora, a versão oficial digital suíça tem agora uma duração de 10 minutos, apenas na presença dos padrinhos e dos noivos. Apesar da possibilidade, o português e a noiva escolheram esperar pelo casamento a realizar no formato tradicional.
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