O satélite "streilha" brilhou como uma estrela, mas em céu diurno. Foi lançado este sábado de manhã por um grupo de nove alunos com necessidades específicas do Agrupamento de Vilela, Paredes, no Aeródromo Municipal de Bragança.
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"Streilha" significa estrela em Mirandês, nome escolhido “como homenagem a Trás-os-Montes”, explicou Elisabete Oliveira, uma das docentes envolvidas na participação desta equipa na quarta edição do CanSat Junior Portugal, um concurso de microssatélites construídos por jovens de 13 equipas nacionais: Évora, Vila Real, Lisboa, Barcelos, Porto Setúbal, Castelo Branco, Guarda e Açores.
A equipa do Agrupamento Vilela participou com nove jovens, entre os 13 e os 19 anos, que lançaram o "Streilha", um satélite construído em madeira, que no interior tem um sistema de programação de dados.
O "streilha" subiu 100 metros de altitude. “O lançamento correu muito bem”, indicou o professor Juan Nolasco.
Mais do que comprovar a eficácia e eficiência do satélite, Elisabete Oliveira destacou “a experiência única para os alunos por participarem num acontecimento que não é direcionado para crianças com necessidades específicas”.
Para Luana, de 19 anos, esta experiência foi muito “fixe e divertida”, contou a jovem que não tirou os olhos do céu enquanto o satélite feito em madeira de faia, com paraquedas vermelho, descia.
Trata-se de um concurso da responsabilidade do Europeen Space Education Resouce Office, em colaboração com o Ciência Viva e a Agência Espacial Europeia, que tem como objetivo “motivar os alunos do 3º ciclo para as áreas de ciência, tecnologia e matemática e para a indústria espacial, para os introduzir ao que é uma missão espacial”, explicou Ana Noronha, diretora executiva da Ciência Viva.
O desafio passava por construir um satélite que integrasse as componentes essenciais, designadamente energia (bateria), duas antenas para transmissão e receção de dados e um método de recuperação do satélite (paraquedas), para fazer uma missão científica durante a queda que permite ler a temperatura do ar e a pressão.
“O satélite é lançado por um drone e depois têm de fazer a leitura dos dados durante a queda do satélite”, acrescentou Ana Noronha.
“O satélite subiu muito alto. Isto correu muito bem e eu gostei de tudo", contou o aluno Rui Pedro.