O S. João ainda está a uns dias de distância, mas já ninguém resiste à sardinha assada. As saudades eram tantas que, neste domingo, as mesas de restaurantes de Porto, Gaia e Matosinhos encheram-se de clientes.
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O estender da toalha dá o toque para a hora de almoço. As brasas estão prontas e as sardinhas acabam de chegar, "fresquinhas", da lota de Matosinhos. Joaquina Magalhães e o marido, Francisco Alves, são quem as traz. Ainda não é meio-dia e na Alameda das Fontainhas, no Porto, já há quem esteja à espera do tão típico prato de S. João no "Lavrador", o restaurante do casal, com vista privilegiada para o Douro. Também em Matosinhos e na Afurada, em Gaia, as ruas enchem-se de filas de espera de aficionados da sardinha assada.
É a primeira vez, neste ano, que Joaquim Gomes e Maria de Fátima Gomes, casal de Espinho, provam a iguaria. "Aqui costuma ser muito boa", diz Maria, de 64 anos, à mesa do restaurante "Vapor", na Afurada, em Gaia, pronta para devorar pelo menos quatro das oito sardinhas que acabaram de chegar. Ali, a dose fica por 14 euros.
O preço da sardinha na lota varia sempre de dia para dia, "mas no sábado comprou-se a oito euros o quilo". "Já é cara. Mas acontece todos os anos nesta altura", observa Rita Monteiro, de 25 anos, responsável pelo estabelecimento.
"Por dia, temos vendido cerca de 500 sardinhas", acrescenta, revelando que a adesão tem sido tanta que "já houve quem não se importasse de comer debaixo da chuva". "Na altura em que abriram as esplanadas choveu e as salas estavam fechadas. As pessoas quiseram na mesma comer debaixo da chuva", recordou, agradecendo a afluência.
"está muito boa"
Em Matosinhos, a procura pelo prato chega até a superar anos anteriores. Um facto que se justifica, para o responsável do restaurante "O António", pelo "muito tempo de confinamento" a que as pessoas estiveram sujeitas. António Lopes, de 47 anos, há 15 que vende uma dose a 7,5 euros, com seis sardinhas assadas.
"Este ano está muito boa. Não está muito grande, mas está gostosa e isso é muito importante. As expectativas para a noite de S. João são muito boas. Só é preciso bom tempo", confessa.
Na esplanada, Águeda Pereira, de 52 anos, o marido e os pais já almoçaram. A viagem da família de Valongo ao restaurante matosinhense já é costume porque ali, afirma, "a sardinha é sempre boa e mantém o paladar".
Nas Fontainhas, Joaquina Magalhães, de 65 anos, já assa as sardinhas. "Cada uma, avulso, fica 1,5 euros. A dose, com batata à murro, são 18 euros, e meia dúzia, também com batata, são 10 euros. Estão uma maravilha", assegura.
Ao lado, no "Lisbonense", Américo Gomes, 60 anos, vende cada sardinha por 1,20 euros. "Há muita sardinha e os preços até estão acessíveis", sustenta.