Parceria com o Hospital de Magalhães Lemos traz peças feitos pelos utentes e oficinas criativas abertas a todo.
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São 200 artesãos de todo o país. Há rendas e bordados, couros, olaria, cestaria, tapeçaria, peças em vidro, cristal, ferro ou madeira. Tudo acompanhado da gastronomia mais típica de cada região. A 47.ª edição da Feira Nacional de Artesanato (FNA) de Vila do Conde decorre entre 26 de julho e 10 de agosto e traz convidados muito especiais. Com o objetivo de combater a discriminação das pessoas com doença mental, a FNA terá uma mostra de trabalhos feitos por utentes do Hospital de Magalhães Lemos, que vão também orientar várias oficinas criativas ao longo do certame.
"A arte como instrumento terapêutico, de expressão emocional, facilitadora da promoção da saúde mental será, assim, o tema de destaque da 47.ª FNA”, afirma a organização, a cargo da Associação para a Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde e da Câmara Municipal.
Assim, haverá uma exposição coletiva de peças em cerâmica e pintura, produzidas pelos utentes do Serviço de Reabilitação Psicossocial do “Magalhães Lemos”, no âmbito das várias oficinas criativas do hospital. “Anjos e Demónios - Combater o Estigma na Doença Mental” é o título da mostra que, para a organização, é mais um passo na inclusão e um contributo para o debate, num país onde uma em cada quatro pessoas sofre de uma perturbação mental e onde a prevalência de doenças psiquiátricas é a segunda maior da Europa.
A par com a exposição, nos dias 27 de julho e 2 e 9 de agosto, entre as 16 horas e as 18 horas, haverá várias oficinas criativas, orientadas por utentes e abertas à participação de todos. A 2 de agosto, às 18 horas, sobe ao palco a performance teatral “As minhas noites são maiores que os vossos dias”, pelo Psiquê - Grupo de Teatro Terapêutico do Hospital Magalhães Lemos.
“A melhor e mais genuína”
Considerada por muitos artesãos “a melhor e a mais genuína” feira de artesanato do país, a FNA mantém “a espinha dorsal” de sempre: 200 centenas de artesãos, de norte a sul do país, espalhados por 11 mil m2 de jardim, muitos deles a trabalhar ao vivo, numa mistura de tradição com inovação. Haverá um restaurante com sabores de todo o país e música, dança e cantares tradicionais todos os dias.
Este ano, está ainda de regresso o Concurso de Jovem Artesão, que conta com três dezenas de peças inscritas e, a 3 de agosto, o Dia da Rendilheira celebra, com centenas a trabalhar ao vivo, o ex-líbris do artesanato vilacondense.
A FNA tem entrada livre e abre, de segunda a quinta, das 17 horas às 24 horas e, às sextas, sábados e domingos, das 15 horas às 24 horas.