Secretário de Estado diz não ser aceitável menina cega ainda não ter professor de braille
O Secretário de Estado da Educação admite que não é aceitável que um mês e meio depois do início do ano letivo, Matilde Sampaio, a menina invisual de 11 anos que frequenta a Escola Básica Luciano Cordeiro, em Mirandela, ainda não tenha professor de braille.
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"Ainda não foi possível encontrar uma solução mas temos de a encontrar, porque não é aceitável a situação em que ela está", disse António Leite, à margem do seminário nacional de educação e formação de adultos que aconteceu, em Mirandela.
Recorde-se que a docente especializada no ensino de braille que estava destacada para a escola Luciano Cordeiro está de baixa e o secretário de Estado da Educação assume a existência de dificuldades processuais na substituição da professora que decorre do facto de ainda estar a decorrer o prazo previsto na Lei em que vigoram as baixas médicas.
Enquanto isso, provisoriamente, um professor afeto ao agrupamento de escolas Abade de Baçal, em Bragança, está a ir à escola Luciano Cordeiro, em Mirandela, uma vez por semana, mas "essa não pode ser a solução definitiva, porque ela precisa e tem direito ao apoio", acrescentou António Leite.
Com este início de ano letivo tão atribulado, Matilde confessa que começa a ficar sem ânimo para ir à escola. "Já não tenho a mesma animação de ir para a escola e já dou comigo a dizer que o dia foi um bocado chato".
Diga-se que o Agrupamento de Escolas de Mirandela está incluído na rede de escolas de referência criada pelo Estado para a inclusão de alunos cegos e com baixa visão, que prevê a concentração de meios humanos e materiais que possam oferecer uma resposta educativa de qualidade a estes alunos.
Os objetivos destas unidades passam por assegurar a observação e avaliação visual e funcional, o ensino e a aprendizagem da leitura e escrita do Braille bem como das suas diversas grafias e domínios de aplicação.