O secretário de Estado do Ambiente esteve na freguesia de Monte Córdova, em Santo Tirso, mas não apresentou uma solução para a pedreira do Lajedo, que está a ser explorada de forma "clandestina". Segundo o PSD local, Emídio Sousa garantiu que irá "estudar estes dossiês com o maior cuidado", após as eleições.
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Convidado pelo PSD de Santo Tirso a participar no Roteiro Encontros Eurico de Melo, o secretário de Estado do Ambiente esteve neste sábado, entre outros locais, na pedreira de Lajedo, em Monte Córdova. Tal como o JN noticiou, a exploração da pedreira e britadeira está ser realizada, pela empresa Edilages, sem licenças.
Segundo os sociais-democratas, na visita, Emídio Sousa, que ouviu as preocupações da população, garantiu que irá "estudar estes dossiês com o maior cuidado", assim que termine o presente ciclo eleitoral. O secretário de Estado relembrou que não estava no local em visita oficial, mas no âmbito de um convite partidário.
A pedreira em causa foi comprada pela empresa Edilages em 2022. Apesar da obra ter sido embargada pela Câmara e de estar em curso um processo de contraordenação, a empresa continua a explorar e a ampliar a área, tendo construído, ilegalmente, estruturas em betão num terreno integrado em zona de Reserva Ecológica Nacional (REN), segundo confirmou ao JN a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
Em 2024, o Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) da GNR de Santo Tirso realizou uma fiscalização àquela zona, onde foi possível apurar as intervenções num terreno contíguo ao da pedreira, e que integra a REN, e a existência de uma "área considerável [cerca de 3,74 hectares] desbastada e com intervenção mecânica". A GNR já reportou os factos “ao Ministério Público, através do auto de notícia”, tendo ainda “elaborado três autos de contraordenação”.
População preocupada
Os moradores de Monte Córdova, que receiam que as linhas de água que desaguam no rio Leça sejam poluídas, entregaram no ínicio de abril uma carta à Câmara. Na década de 1990, na altura em que a área estava a ser explorada, a pedreira gerou vários problemas aos moradores.
PSD Santo Tirso
O candidato à Câmara de Santo Tirso pelo PSD, Ricardo Pereira, garantiu que irá recorrer às Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP), instrumento criado pelo governo como "forma de mitigar não só o impacto da pedreira e a destruição de cerca de 2 hectares de floresta num terreno adjacente".