Pais e funcionários animados com a proteção dada por dois profissionais que começaram a prestar serviço. Um deles é ex-aluno da escola.
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Quem na quinta-feira se aproximasse dos portões da EB 2,3 Secundária de Valença não diria que, há uma semana, o refeitório daquele estabelecimento esteve "transformado num campo de batalha", de que resultaram feridos dois alunos e duas funcionárias.
A entrada ao serviço de dois seguranças de uma empresa contratada pela Câmara até ao final do presente período letivo, como que aliviou o ambiente mais pesado que ali se sentiu nos últimos dias. O dia de ontem ainda começou com patrulha de GNR à porta, mas os pais e os funcionários já respiram de alívio.
"Sinto-me mais segura. Andava preocupada porque tenho aqui um neto de 12 anos e os últimos acontecimentos provocaram-me muita inquietação. Esta medida é muito acertada", comentou a avó Maria Costa, que se deslocou à escola à hora de almoço.
Do interior do recinto escolar, com funcionário na portaria, alunos saíam ordeiros e de máscara no rosto. Os seguranças estavam concentrados no refeitório, local onde há oito dias, dois grupos de alunos se envolveram em confrontos, cerca das 12.40 horas. Devido às agressões dois alunos de 13 e 16 anos e duas funcionárias de 48 e 56 foram parar ao hospital.
satisfação
Um auxiliar declarou ao JN que os próprios funcionários da EB 2,3 Secundária de Valença ficaram "felizes", com a contratação dos seguranças, principalmente, de um que já conhecem de ali ter estudado. E consideram que "tem boas relações com a comunidade e lida bem com os miúdos". "Sabe levá-los", disse.
Rafael e Liliana Faria, pais de um aluno de 9 anos, também se deslocaram à escola à hora de almoço para ver e falar com o filho através do gradeamento. "Andámos preocupados. Esta medida traz sentimento de segurança. Deveriam existir outras, porque os problemas já não são de agora e é preciso melhorar a situação", considerou Rafael.
Para o presidente da Associação de Pais das Escolas de Valença, Carlos Amoedo, ontem o dia foi de algum alívio. "De manhã constatei que estavam os dois seguranças dentro do recinto e estavam vários agentes da GNR junto à entrada. A entrada [dos alunos] foi muito pacífica", comentou .
Na quinta-feira, à hora de fecho desta edição, decorriam uma reunião do Conselho Municipal de Educação, para, segundo o autarca José Manuel Carpinteira, avaliar e definir outras eventuais medidas para sanar o clima de insegurança que se tem vivido na escola. A continuidade da segurança privada, que por agora está contratada até ao dia 17, era um dos assuntos em cima da mesa.
Discurso direto
Ricardo Pinto Encarregado de educação
"É uma medida correta, na situação que se está a viver. É outra segurança saber que há alguém a tomar conta da escola"
José Manuel Carpinteira Autarca
"Este serviço de segurança privada foi contratado até ao fim do primeiro período letivo e custou 3500 euros"