A quantidade de sangue e outros vestígios encontrados junto ao corpo de uma mulher, no sábado, em Faro, apontam para uma morte violenta. Por haver suspeitas de homicídio, o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
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O cadáver de Helena "Mulata", de 56 anos, foi descoberto numa antiga fábrica de cortiça utilizada por vários sem-abrigo. Um deles alertou a PSP mas, perante o cenário que encontraram, chamaram a PJ.
Há uma semana que a angolana ali pernoitava. "João" (nome fictício) conhecia-a desde essa altura. "Ela ia ao Hospital de Faro tomar medicamentos para a cabeça e vinha de lá sempre a cambalear. Na quinta-feira à noite fui eu que a ajudei a caminhar até aqui, ao sítio onde dormia", contou o sem-abrigo, ao JN, à entrada da fábrica. Tinha acabado de receber a notícia da morte dada pelos agentes da PSP que aguardavam no local pela remoção do cadáver.
Segundo "João", desempregado e sem-abrigo há três meses, Helena "andava com algum dinheiro, que dizia ser de um subsídio que o Estado lhe dava. Não era toxicodependente e nunca a vi beber. Dizia que tinha mãe e uma filha, mas que não queriam saber dela". Ao que o JN apurou, o marido morreu carbonizado num incêndio que, em Fevereiro último destruiu a casa precária onde viviam no Bairro 16 de Junho, em Olhão.
Desde então Helena passou a ser acompanhada por algumas instituições até ter, por razões desconhecidas, ido parar à rua. Fonte policial revelou que já estaria morta há pelo menos um dia. Os inspectores da Directoria do Sul da PJ deverão reconstituir os últimos passos que deu, enquanto aguardam pelo resultado das perícias ao corpo e ao local do crime.
