Sem emprego, sem dinheiro e sem casa. "Isto é um trauma, nunca me vi a viver assim"
Serviço social apoia pessoas na rua, como Alberto, e com os apartamentos partilhados ajudou César a refazer a vida.
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É nas ruas de Matosinhos, pela via-sacra dos sem-abrigo que jamais imaginaram trilhar, que as histórias de Alberto e César se tocam, sem nunca se cruzarem pelos caminhos que os técnicos do serviço social da Câmara já têm mapeado na memória sempre que saem para prestar apoio a quem vive ao relento. Viram-se sem casa para viver “de um momento para o outro”, ainda que os pontos em comum nas vidas destes homens não vão além dessa contingência, das moradas que um dia tiveram no concelho matosinhense e dos divórcios que marcaram os percursos de cada um.
Alberto, que há duas décadas vive agarrado ao álcool, continua na rua, mas jura que quer tratar o vício e ter uma casa; César voltou a ter um teto há um ano graças à resposta social que lhe estenderam - um apartamento partilhado - e à qual se agarrou como a uma boia em alto-mar. Foi assim que conseguiu agora emprego e casa e deixou a condição de sem-abrigo.