Feirantes do Senhor de Matosinhos com expectativa de manter volume de negócio do ano passado, se houver bom tempo.
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É com um brilho nos olhos e um rosto que não consegue disfarçar o orgulho que Mário Taveira mostra a estrutura que vai estrear no Senhor de Matosinhos. “É tudo novo, o equipamento, o espaço, a mobília. Há ar condicionado e é tudo automático. Basta carregar num botão”, enfatiza o proprietário do mais conhecido espaço de farturas da romaria, o “Mário das Farturas”, que já marca presença há 43 anos.
“Fazemos sempre o melhor que podemos”, frisa Mário Taveira, quanto ao espaço e ao produto que comercializa. “Pensamos que vamos conseguir dar mais conforto às pessoas”, acredita o feirante de Santa Marta de Penaguião que, este ano, vai estrear um produto novo no Senhor de Matosinhos.
A ideia é aproveitar uma receita que tem vindo a ter um aumento da procura, sobretudo pelos jovens, os churros com recheios, associada a algo viral: pistachos. “Este ano, vamos ter recheio de pistachos”, antecipa Mário Taveira, que regressa à romaria com “expectativas altas”.
“Se o negócio for igual ao do ano passado, já não é mau”, acrescenta. Para isso, será determinante o tempo, crê outro feirante. José Pedro Almeida, proprietário do “Extreme”, mais conhecido pelo “Skate”, um dos carrosséis com mais procura.
"Afluência é sempre muito boa”
Para José Pedro Almeida, um dos problemas da romaria é não ter data fixa. “As pessoas de fora nunca sabem quando começa. Isso dificulta a vinda de mais gente. Por outro lado, quando começa cedo, levamos com chuva, quando começa mais perto da primavera, são as nortadas. Nunca sabemos como o negócio vai correr, sobretudo por causa do tempo. O que manda aqui são as condições climatéricas”, considera aquele proprietário de um equipamento de diversão de Vendas Novas.
Ainda assim, há 20 anos que José Pedro Almeida considera que vale a pena rumar ao Norte para fazer negócio no Senhor de Matosinhos. “A afluência é sempre muito boa”, vinca.
Já a louceira Ilda Gomes praticamente só participa na romaria por tradição. “Com esta idade, o que vamos fazer? Só sei vender louça”, refere a comerciante de Barcelos, admitindo recear que as carteiras estejam meio vazias. “Estou com algum medo. As coisas não estão muito fáceis para as pessoas”, diz, enquanto vai expondo o seu produto com mais procura: a louça de barro.