Festas arrancam na sexta-feira com meio milhar de feirantes e um orçamentode 700 mil euros. Romaria até 15 de junho espera dois milhões de pessoas.
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O Senhor de Matosinhos está de volta, a partir de amanhã, com meio milhar de feirantes, recriações históricas, a tradicional procissão e um fogo de artifício com 22 minutos, projeções de imagens e recurso a robótica. Até 15 de junho, esperam-se dois milhões de pessoas na romaria com mais de 700 anos.
No ano passado, segundo números da PSP, passaram pelo Senhor de Matosinhos 2,1 milhões de pessoas. “Os dados de que dispomos indicam que não houve um dia em que estivessem na romaria menos de 30 mil pessoas”, revela ao JN o vereador da Cultura e presidente da Associação para a Animação da Cidade de Matosinhos, Fernando Rocha.
Por isso, “há uma grande preocupação com a segurança”. “Pretendo que as pessoas venham à festa e se sintam seguras. Assim, pedimos sempre o policiamento necessário para que haja uma presença visível das forças de segurança”, sublinha.
Em termos de afluência à romaria deste ano, que se prolonga até 15 de junho, não há expectativas de que possa aumentar, visto que o recinto tem estado sempre lotado. Ainda assim, conta-se que o facto de o feriado municipal coincidir com o Dia de Portugal, 10 de junho, cause uma enchente um pouco maior.
Também no que diz respeito aos lugares ocupados pelos feirantes, não há espaço para mais nenhum. Está tudo esgotado há meses. Desde proprietários de carrosséis, a doceiras, louceiras, artesãos e comes e bebes, a romaria conta com um total de 500 feirantes, o que dá “um grande retorno financeiro”, tornando o Senhor de Matosinhos financeiramente sustentável.
A romaria deste ano tem custos orçados em cerca de 700 mil euros, avança Fernando Rocha. Mas só os feirantes dão uma receita de 400 mil euros. Há ainda que contar com o mecenato. Uma fatia significativa do orçamento, cerca de 70 mil euros, é para o fogo de artifício, novamente a cargo da empresa Macedos Pirotecnia e com duas novidades.
“O fogo vai ter, como sempre, a duração de 22 minutos. Terá música, raios laser, um ecrã de projeção de imagens e robótica. Além dos efeitos virtuais, vai ter efeitos visuais eletrónicos”, antecipa Fernando Rocha.
Recriações e um livro
A romaria deste ano continuará a ter um significativo cunho cultural e histórico. Logo na abertura das festas, pelas 19 horas, haverá o cortejo “O braço do Senhor de Matosinhos”, desde a câmara até ao adro da igreja paroquial. Organizado pelo Rancho Típico da Amorosa, conta com a participação do Grupo Paroquial de Teatro de Leça da Palmeira, Orfeão de Matosinhos e Associação da Banda Matosinhos-Leça.
“São mais de cem pessoas que vão revelar a lenda do braço do Senhor de Matosinhos”, revela Fernando Rocha, sublinhando também o lançamento de um livro, no feriado municipal, elaborado por 14 técnicos do Departamento Municipal da Cultura.
“É um dicionário sobre o profano e o sagrado da romaria, com 400 páginas, ilustrações originais e prefácio de Valter Hugo Mãe, que também é o autor do cartaz”, sublinha o vereador.
Na véspera, pelas 21.30 horas, o adro da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos vai ser palco de outra recriação histórica, também a cargo do Rancho Típico da Amorosa. “É a recriação de como era a romaria, com as pessoas a chegarem à festa com o farnel. Com estas iniciativas, pretendemos manter alguma da identidade e das características históricas da romaria associadas ao seu lado lúdico”, diz o vereador Fernando Rocha.