A Câmara de Paredes já pagou à concessionária, a Be Water, o resgate da concessão de água e saneamento: 21 milhões de euros. Mas ainda está em curso a passagem dos equipamentos e funcionários para que os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Paredes arranquem. Isso deve acontecer em breve, avança o presidente da Autarquia.
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"Se tudo correr conforme previsto, o mês de março será aquele em que vamos faturar pelos SMAS e em que o pagamento do pessoal será feito pelos SMAS", refere Alexandre Almeida. A meta é que tudo seja feito da forma mais serena possível, para que o serviço "nunca seja posto em causa".
Questionado sobre como irá funcionar a relação dos SMAS com os subsistemas existentes em cinco freguesias do concelho que nunca foram absorvidos pela concessão, o autarca assegura que "desde que garantam a qualidade da água e acesso à água durante todo o ano, ninguém lhes vai beliscar a autonomia".
"Nunca esteve em causa retirar a qualquer subsistema o direito de fornecer água. Vão continuar a fazê-lo e a Câmara vai apoiar nos investimentos necessários [na rede e na possível aquisição de água em alta para vender em baixa]. A nossa grande preocupação é que, quando chegarmos ao próximo verão, não haja falta de água em lado nenhum", como aconteceu em 2022, nomeadamente em Gandra, Recarei e Parada de Todeia, afirmou.
Alexandre Almeida não concretiza, porém, o modelo em que os subsistemas vão funcionar, se por uma "delegação"de competências ou por uma espécie de "concessão". "Eles não têm a concessão da água. Nós iremos formalizar essa autorização de exploração, para que possam ser reconhecidos como fornecedores de água ao domicílio pela ERSAR, mas ainda não sei qual o nome que isso terá em termos jurídicos", referiu.
Recorde-se que, recentemente, a Junta de Gandra emitiu um comunicado referindo que, apesar de ser responsável pela distribuição de água na freguesia há mais de três décadas não tinha "competência para o fazer" e que teria de haver "uma delegação de competências da Câmara".
Saneamento
Além dos investimentos de saneamento em curso nas freguesias de Sobreira e Recarei, a Câmara quer avançar com obras "cirúrgicas" em zonas prioritárias em Baltar, Beire, Cete, Sobrosa e Gandra, designadamente em locais com "edifícios de habitação coletiva que não estão servidos" por sistema de esgotos.
Portugal 2030
Segundo o edil, estes investimentos devem arrancar em 2023, a expensas do município e com fundos comunitários. Alexandre Almeida diz que será garantida, no âmbito do Portugal 2030, "uma fatia considerável de verba" destinada a cinco municípios da AMP onde há atrasos no saneamento: Paredes, Arouca, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso e Vale de Cambra.