Onze voos divergiram e sete foram cancelados, este domingo, no aeroporto de Lisboa, segundo fonte sindical devido à greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce), embora a gestora aeroportuária ANA atribua as perturbações a constrangimentos no aeroporto da Madeira.
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Em declarações à agência Lusa, Carlos Oliveira, da direção do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), avançou que no Aeroporto Humberto Delgado, "até às 10 horas, divergiram 11 aviões e foram cancelados quatro voos à chegada e três voos nas partidas".
Segundo o dirigente sindical, a greve - que teve início às 0 horas e é efetuada em módulos de duas horas nas entradas e/ou saídas dos turnos - provocou ainda, até às 10 horas, atrasos em "perto de 30 voos" no aeroporto da capital.
"São as companhias aéreas a ajustarem as suas chegadas a Lisboa, até para perceberem qual é o impacto que o arranque da greve teve", afirmou Carlos Oliveira, sustentando que, "neste momento, a operação está toda desregularizada".
Quanto aos efeitos da paralisação nos aeroportos de Faro e do Porto, o SIMA diz estar ainda a aguardar dados.
ANA atribui desvios às condições na Madeira
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da ANA - Aeroportos de Portugal atribuiu, contudo, o desvio de voos às condições meteorológicas no Aeroporto Internacional da Madeira, que está condicionado desde sábado devido ao vento forte. Quanto aos cancelamentos e atrasos de voos registados em Lisboa, referiu que alguns têm também "a ver com a Madeira" e outros com causas diversas, mas não com a greve na SPdH/Menzies, o que o sindicato desmente.
De acordo com a informação disponível no site da ANA, 19 voos foram hoje cancelados e quatro divergiram no Aeroporto Internacional da Madeira, que está novamente condicionado. Até cerca das 13 horas, foram canceladas nove chegadas e 10 partidas, sendo que quatro voos não conseguiram aterrar e acabaram por divergir. Há também registo de vários atrasos.
Trabalhadores reivindicam melhorias
A greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies, que prestam assistência em terra ('handling') nos aeroportos, vai prolongar-se até às 24 horas de quinta-feira e visa reivindicar melhores condições salariais e de trabalho. Na origem do protesto está a ausência de resposta da empresa a questões como a falta de transportes a algumas das horas em que turnos começam e acabam e a exigência de que os trabalhadores paguem o parque de estacionamento quando levam o seu carro.
O SIMA exige ainda que a Menzies acabe com a existência de vencimentos base inferiores ao valor do salário mínimo nacional (820 euros em 2024) e cumpra o pagamento das horas noturnas pelo valor previsto no acordo de empresa. Além dos trabalhadores da antiga Groundforce, também os da empresa de handling Portway têm uma greve marcada para o período do Natal e Ano Novo.
A greve convocada pelos sindicatos abrange todo o trabalho suplementar, com início às 0 horas do dia 24 de dezembro de 2024 e até às 24 horas de dia 1 de janeiro de 2025. Decorrerá ainda a partir das 0 horas do dia 24 de dezembro até às 24 horas do mesmo dia e a partir das 0 horas do dia 31 de dezembro até às 24 horas do último dia do ano.
A paralisação irá também abranger o trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho, a partir do dia 24 de dezembro e até 2 de janeiro de 2025.