Uma mulher de 62 anos, residente em Chaves, foi, a meio da tarde de anteontem, resgatada, já sem vida, do meio de um ribeiro (Ribelas), que passa nas imediações da casa onde morava.
Corpo do artigo
O corpo, já quase sem roupa, estaria praticamente submerso, à excepção de um pé, e preso num troco. Presume-se que a vítima tenha sido arrastado mais de uma centena de metros pela forte corrente. Para já, todas as hipóteses estão em aberto: queda e consequente arrastamento pela forte corrente, doença súbita ou suicídio. Só o resultado da autópsia, que se deverá realizar amanhã, poderá ajudar a esclarecer o que terá acontecido.
Lucília Alves terá saído de casa, na Fonte do Leite, por volta das 8 horas. Terá vestido um fato de treino e dito ao marido que ia dar uma volta, o que, de resto, seria habitual todas as manhãs. Cerca das 11 horas, e por estranhar a demora da esposa, o marido decidiu ir à GNR, já que o quartel fica perto de sua casa.
Acidente ou não?
Uma patrulha da guarda terá feito uma ronda pelas cercanias, batendo os caminhos existentes na zona da Fonte do Leite e até à Abobeleira. Porém, o corpo de Lucília só terá sido encontrado às 16.30 horas, por uma equipa do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA), da mesma força policial, que também ajudou às buscas. Aliás, os homens do SEPNA estariam quase a desistir de procurar naquele local, quando terão avançado mais alguns metros e terão avistado a casaca do fato-de-treino da vítima, que, com a água, estaria a fazer efeito balão. Depois, ao se aproximarem, viram um pé de Lucília, a única parte do corpo que estaria fora da água.
O resgate do corpo do Ribelas foi feito pelos Bombeiros de Salvação Pública. De acordo com o comandante da corporação, José Silva, a retirada do corpo não terá sido particularmente difícil, nem exigido grandes meios. O óbito foi declarado no local pelo delegado de saúde e, a seguir, a vítima foi transportada para a morgue do Hospital de Chaves.
No bairro perto da casa onde residiam Lucília e o marido, ex-emigrantes na Alemanha, ninguém arriscava teses sobre o que terá acontecido à sexagenária, que teria alguns problemas de saúde. "Essa pergunta só Deus é que pode responder", disse, ao JN, uma moradora. "Terá caído? Terá sido suicídio?. Está toda a gente na dúvida", referiu outro morador. "Podia ser tudo! Para mim, ela deve ter ficado admirada com a quantidade de água que o ribeiro levava, quis ver de perto, desequilibrou-se, caiu e foi por ali abaixo..., mas não sei, também lhe podia ter dado alguma coisa, só a autópsia poderá ajudar", adiantou fonte da GNR. Ao que foi possível apurar, o marido não estaria a colocar a hipótese de suicido. Terá dito, aliás, que a esposa estaria bem-disposta antes de sair de casa.