Embarcação elétrica de Aveiro com problemas desde domingo. Utentes ficaram esta terça-feira sem as carreiras da manhã.
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O sistema informático do novo ferryboat de Aveiro, o primeiro 100% elétrico a operar na Península Ibérica, deu problemas entre domingo e esta terça-feira. A Câmara alega que o navio ainda está em fase de afinação, apesar de já se encontrar a fazer as travessias, entre o Forte da Barra e São Jacinto, desde o passado dia 2. Mas o certo é que “um conjunto de coincidências” – como referiu Ribau Esteves, presidente da autarquia –, que incluíram ventos fortes e uma rede de pesca presa na lancha que poderia substituir o ferryboat, fizeram com que, hoje de manhã, as duas primeiras carreiras do dia fossem canceladas. E não houve alternativa. A ocorrência causou problemas aos passageiros, havendo queixas por parte dos mesmos, por terem chegado atrasados ao trabalho ou às aulas.
Os problemas no sistema informático do Salicórnia começaram no domingo de manhã. “O novo ferry não operou, nesse dia, e ativámos à tarde o Cale de Aveiro [ferryboat antigo]. Na segunda-feira, a lógica era que o Salicórnia voltasse”, adiantou Ribau Esteves esta terça-feira.
No entanto, segundo o edil, ontem, foi detetado um novo problema no ferry elétrico, desta feita “no sistema de inversão de marcha”. Ao mesmo tempo, o vento forte – “tivemos 40 nós”, frisou o autarca – impossibilitaram a saída do cais do navio antigo. Quanto à lancha, que poderia ser a alterativa para a travessia, “teve um problema técnico, que surgiu por uma rede de pesca se ter emaranhado numa hélice”. Restou, dessa forma, montar uma operação de transporte de autocarro, que serviu os utentes durante o dia – num percurso, entre São Jacinto e Aveiro, de cerca de 50 quilómetros.
Já em funcionamento
Hoje de manhã, com o problema no Salicórnia por resolver, foi de novo colocado em marcha o Cale de Aveiro. “Mas a operação demorou mais tempo do que estava previsto e isso feriu as duas carreiras da manhã”, justificou Ribau Esteves. Como se tratou de um imprevisto, não houve autocarros para substituir o serviço.
Apesar de tudo, pelas 14 horas desta terça-feira, e depois de uma manhã servida pelo velho ferry, o Salicórnia voltou às travessias, já em condições de navegação.
Apesar dos problemas informáticos, o edil garantiu ao JN que “a operação do Salicórnia”, navio que custou nove milhões de euros, “está a correr muito bem”. E que “apenas há um conjunto de afinações a fazer, nos primeiros três meses, pelo que o Cale de Aveiro vai substituí-lo sempre que necessário. Depois, será desmantelado”, informou Ribau Esteves.