Os pais de um menino de sete anos, portador de uma doença rara, têm que ir a Espanha comprar um medicamento para o filho, apesar de o Infarmed obrigar a venda do remédio em Portugal. Para evitar o transtorno, o Hospital de São João irá garantir o medicamento à família.
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Sandra Lopes e Marco Almeida, operários têxteis, residentes em Vizela, deslocam-se a Espanha para comprar Hidrocortisona, um medicamento para o filho que é portador de Hiperplasia Supra Renal Congénita.
"Uma caixa de cem comprimidos custa menos de cinco euros, mas temos que ir ao estrangeiro buscar o remédio porque não é importado para Portugal", afirmou Marco Almeida.
A criança está a ser tratada no Hospital de S. João, no Porto, e no Hospital de Guimarães e, segundo a família, todos os médicos afirmam que o menino não pode viver sem a medicação.
"Andamos a traficar medicamentos. A maioria das vezes vamos a Espanha procurar farmácias que vendam sem receita médica. Outras vezes, amigos emigrantes, trazem-nos o remédio do estrangeiro", disse a mãe do menino.
O casal já fez várias exposições ao Infarmed, a entidade responsável pela autorização de venda de medicamentos em Portugal.
Uma Portaria datada de 2012 confirma a obrigatoriedade da importação do medicamento em causa. Contudo, até agora, o casal de Vizela continua a ter que ir ao estrangeiro comprar o remédio para a doença crónica do filho.
No entanto, fonte do Hospital de São João garantiu ao JN que irá dar o medicamento à criança "apesar de não ser sua obrigação, uma vez que deveria estar à venda nas farmácias portuguesas".