Sociedade, que substitui a antiga Polis Litoral Ria de Aveiro, prevê intervenções no valor de 86 milhões de euros até 2030 na zona costeira, nos cursos de água e em ações de proteção da biodiversidade.
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A sociedade RiaViva e Litoral da Região de Aveiro, criada no início deste ano para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela antiga Polis Litoral Ria de Aveiro, prevê investir cerca de 86 milhões de euros até 2030 em intervenções de proteção costeira, na requalificação de rios, da Ria e da Pateira de Fermentelos e na proteção da biodiversidade, contribuindo ainda para o desenvolvimento sustentável das atividades humanas. A apresentação foi feita, esta sexta-feira, em Estarreja, numa cerimónia que contou com a presença da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
A região “enfrenta grandes desafios” e o seu litoral “é aquele do país que se debate com as piores consequências das alterações climáticas, entre as quais se contam os elevados níveis de erosão costeira e inundações”, explicou a ministra, para sublinhar a necessidade de uma “estratégia de longo prazo”, que articule o poder local, regional e nacional e tenha “recursos financeiros suficientes”.
Prevenir riscos
Através da Polis “já se investiram 73 milhões de euros” e a intenção é agora investir mais 86 milhões, sendo a maior fatia (69 milhões) para a adaptação às alterações climáticas e prevenção dos riscos de catástrofes, referiu Pimenta Machado, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente e do Conselho de Administração da RiaViva. As verbas serão provenientes vir de diversas fontes, nomeadamente do Portugal 2030 (68 milhões) e Fundo Ambiental (10 milhões).
O presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Nuno Banza, que também integra a sociedade, realçou que as intervenções previstas “são importantes para a conservação da biodiversidade”. Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro e vogal da RiaViva, lamentou que se tenha “perdido um ano”, pois estava “quase tudo tratado” para avançar com este novo modelo de gestão quando caiu o anterior Governo.
O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Joaquim Baptista, aproveitou a ocasião para insistir na obtenção de financiamento para concluir o dique do Baixo Vouga Lagunar, que visa proteger os campos agrícolas da salinização que ocorre quando a água da Ria extravasa o seu leito. Maria da Graça Carvalho indicou que a intervenção cabe ao ministério que tutela a pasta da agricultura, mas esclareceu que a obra estava prevista no plano de desenvolvimento que cessou recentemente e tem de ser feita a “transição para o novo” plano.