<p>O primeiro-ministro esteve ontem, sexta-feira, em Sever do Vouga e Oliveira de Frades a lançar a primeira pedra do sistema hidroeléctrico Ribeiradio-Ermida. Em 2001, noutras funções, já tinha feito o mesmo. Mas garantiu que agora é de vez.</p>
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Na memória de muitos que ontem participaram na cerimónia, em elevado número, ainda estava fresco idêntico acto ocorrido há oito anos atrás. Mais precisamente em 2001, quando José Sócrates, então ministro do Ambiente, protagonizou um primeiro lançamento da obra. O próprio o lembrou. Ressalvando, no entanto, que o projecto era outro. A palavra "fazer" foi de resto a mais ouvida no discurso do primeiro-ministro. Que num relance sobre os investimentos em curso ou previstos para o sector hidroeléctrico nacional, garantiu que o país está e vai muito rapidamente "recuperar o tempo perdido".
"Hoje o nosso país está a fazer barragens e essas barragens são fundamentais, porque durante décadas Portugal foi o país da União Europeia que menos aproveitava os seus recursos hídricos", sublinhou o governante.
Sócrates fez mesmo questão de enumerar, sem cábula, alguns dos investimentos que a EDP tem em curso neste sector, sozinha ou em associação: Bemposta, Picote, Alqueva, Venda Nova III e Salamonde (reforço de potência), e Ribeiradio-Ermida, Sabor e Foz-Tua (barragens a construir de raiz).
"Vamos ter sete barragens em construção em 2010. Nunca o país construiu tantas como agora. E temos pressa de o fazer, porque queremos recuperar o tempo perdido, porque há muita gente à espera de emprego e muita empresa que depende destas decisões para ter oportunidade de negócio", frisou Sócrates.
António Mexia, presidente da EDP, referiu que o plano de expansão da capacidade hidroeléctrica em curso, envolve investimentos de três mil milhões de euros, geradores de 30 mil postos de trabalho directos e indirectos.
O empreendimento hidroeléctrico Ribeiradio-Ermida, cujo contrato de empreitada foi ontem assinado, é desenvolvido em parceria entre a EDP e a Martifer Renewables, através da Greenvouga.
O presidente da Câmara de Oliveira de Frades, Luís Vasconcelos, saudou uma obra, "sonhada há mais de 70 anos", que, no curto prazo, além do aproveitamento energético, terá um impacto directo nos municípios do Baixo-Vouga: regularização de caudais e abastecimento de água.
O autarca reconhece que cinco das 12 freguesias de Oliveira de Frades perdem terrenos para a albufeira, mas acredita que, a médio prazo, a zona a montante terá ganhos e maior potencial turístico.